quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

CASAMENTO FORÇADO

 Existem situações que, apesar de sabermos que acontecem, permanecem demasiado na sombra, só quando são notícia damos conta da sua existência. É o caso do casamento forçado de menores.

No Expresso encontra-se uma peça sobre este universo que, de facto, é merecedor de atenção e, sobretudo, acção.

De acordo com os dados conhecidos e que incluem apenas os casamentos que legalmente são permitidos, com 16 ou 17 anos, verifica-se um aumento de situações. Dados do INE mostra que em 2023 se registaram 176 casamentos. Trata-se do valor mais alto desde 2010 com 190 casos. Neste período registaram-se 1097, uma média de nove por mês.

Entretanto, em Janeiro foi aprovado no Parlamento que a idade mínima para o casamento será os 18 anos.

Acresce que os  valores referidos são abaixo que se estima ser a dimensão desta realidade para além de também se saber que existem muitas uniões entre menores de 18 anos.

Sem surpresa, os pais são “os maiores incentivadores” destas uniões. As justificações para a existência deste abuso são diferenciadas, e, obviamente, inaceitáveis e não acontecem apenas por razões culturais específicas

Os menores envolvidos vêem os seus direitos e bem-estar fortemente ameaçados e com consequências graves de diferente natureza incluindo, em muitas situações. insucesso e abandono escolar.

Os pais não são donos dos filhos e estes não podem ser maltratados em nome seja do que for. E sim, é também uma questão de cidadania e desenvolvimento.

Parece de recordar a ideia atribuída a Mandela, a educação e o ensino são as mais poderosas armas para mudar o mundo.

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