Para fugir à agenda pesada que nos carrega os dias.
Há pouco, no final do almoço comemos uns pêssegos criados no Monte com o ar do Alentejo.
Eram pequenos, alguns tinham um “furinho”
que indiciava bicho ou estavam tocados. Mas o sabor da parte sã era notável de bom, mesmo de
fruta saborosa e perfumada.
É verdade que não os “curamos”
com química, apenas uns borrifos de vinagre. Ainda me lembro do nosso querido
Mestre Zé Marrafa insistir em “lavar” a fruta com qualquer coisa. Nunca nos
convenceu.
Recordei-me de uma história de há
alguns anos e que já aqui contei. Num daqueles encontros na vila com petiscos,
lérias e cante, um dos companheiros afirmou que só comia fruta que tinha bicho,
"é a que presta".
Perante a nossa estranheza
explicou, "essa fruta que se vê aí grande e a brilhar e sem bicho não
presta, está carregada de “cobertura”. Então nem o bicho lhe pega e vou eu
comê-la? Isso é que era bom, se a fruta não é boa para o bicho, é boa para mim?".
Sendo certo que os olhos também
comem, o embrulho nem sempre corresponde ao conteúdo.
Eu também prefiro a fruta lá do
Monte, mesmo que tenha umas “imperfeições”, falta de calibre, não pareça que
foi “engraxada” ou mesmo com um “bichinho” de um dos lados.
Os pêssegos são excelentes, para
nós e para o bicho, certamente. Já me esquecia, os pássaros também acham.
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