O calendário das consciências assinala hoje o Dia Mundial da Literacia. Está anunciado um Plano Nacional de Literacia para Adultos que esperemos concretização pois, apesar dos progressos, ainda temos um nível preocupante de analfabetismo.
Estima-se em 500 000 o número de pessoas analfabetas sendo
que serão cerca de 150 000 as que têm entre 15 e 65 anos.
Segundo a PORDATA e considerando os Censos de 2011 teríamos
uma taxa de analfabetismo de 5.15%. Sendo certo que este dado representa um
salto relevante face a 25.7% em 1970 ainda mantemos uma taxa demasiado elevada.
A educação de adultos é hoje uma área de forte investimento em diversos
sistemas educativos mesmo em países taxas de alfabetização bastante acima das
nossas.
Se à taxa de analfabetismo acrescentarmos o analfabetismo
funcional, pessoas que foram escolarizadas, mas que não mantêm competências em
literacia, a situação é verdadeiramente prioritária, atingirá certamente pelo
menos dois milhões de portugueses.
Também por estas razões continuo a pensar que talvez não tenhamos
tantos professores a mais como muitos discursos e políticas sustentam e muitos
professores com anos de experiência avaliada e tratados como descartáveis
teriam muito trabalho nesta área.
Os custos pessoais e sociais para as pessoas nesta situação,
em várias dimensões, e o impacto económico da falta de competências em
literacia justificaria um fortíssimo investimento em minimizar a situação até
ao limite possível. Como sempre trata-se de matéria de opções políticas e visão
de sociedade.
Tantas vezes é preciso afirmar, os custos em educação não
representam despesa, são investimento e com retorno garantido.
A propósito do analfabetismo no meu Alentejo canta-se:
(…)
É tão triste não saber ler
Como é triste não ter pão
Quem não conhece uma letra
Vive numa escuridão
(…)
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