É impossível ir acompanhando a
narrativa sobre os problemas profissionais dos professores relativos à
organização, acesso e progressão na carreira, ao estatuto salarial e valorização
profissional, sem perceber de forma inquietante o grau de amargura e desânimo
que se sente em muitos dos discursos que se ouvem, quer nas escolas, quer nas
redes sociais. Não estou a pensar nos discursos que resultam também do contínuo
envolvimento do universo da educação nos meandros da partidocracia e respectiva
conflitualidade de interesses, mas de um genuíno sentimento de cansaço e desejo de
mudança que não se vislumbra.
A esmagadora maioria dos
professores é-o por escolha e acredito que se voltassem atrás voltariam a querer
ser professores, uma função que tal como a de “pai/mãe” e como costumo
dizer, parece não ter reforma ou férias, basta ouvi-los quando estão nesta
situação, continuam empenhados a falar de … educação. Não, não tenho uma visão idealizada ou romântica dos professores, como não tenho das crianças e adolescentes ou dos pais. Acontecem muitas situações que não deveriam e por isso, tantas vezes o afirmo deveríam existir dispositivos de regulação eficazes mas isto não invalida o que afirmei.
Os professores estão cansados de
ser professores assim, desvalorizados, objecto de uma relação de desconfiança
por parte de sucessivas equipas ministeriais e sem horizontes claros de mudança
que também sei não ser fácil mas que tem de ser possível.
Em nome do futuro.
Não se esqueçam.
1 comentário:
Parabéns pela iniciativa, é de conteúdo sério que a educação precisa de facto
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