Tinha pensado voltar às provas de velocidade de leitura que hoje se iniciam, mas as memórias do Facebook mostraram-me um texto de 9 de Junho de 2018, “A guerra é a guerra” que me pareceu de retomar. Dizia assim:
A questão da carreira dos
professores é uma situação complexa sobretudo pelo impacto da reposição dos
efeitos de congelamento verificado. Não estranho, pois, a discussão que tem
gerado e a dificuldade de encontrar compromissos.
O que me parece mais curioso é
que esta discussão seja alimentada também por uma agenda que dela se serve para
diabolização dos professores, as pessoas a quem entregamos os nossos filhos
todos os dias.
A discussão serve também para
que se possa atacar a escola pública e o esforço e a competência da esmagadora
maioria dos que nela trabalham.
Continuam a aparecer na
comunicação social nos seus vários formatos intervenções que produzidas pelos
“falcões” habituais ou caceteiros de ocasião são intelectualmente desonestas,
escondendo realidades sobre os professores e o seu trabalho e o trabalho de
alunos e escolas e recorrendo às tão em moda “fake news”, factos alternativos.
Como escrevi vejo muita gente
ligada à educação considerar como ignorantes as afirmações de muitos desses
opinadores. Não sejamos ingénuos, não é ignorância, é guerra política pura e
dura.
Como cantava o Fausto, “a
guerra é a guerra”.
A educação e a sua qualidade
são ferramentas essenciais de desenvolvimento. Apesar do que falta fazer e de
situações que não deveriam acontecer, de políticas de sinal errado, alunos e
professores têm evoluído positivamente no seu trabalho e constroem saber, ou
seja, constroem o futuro.
Como diz Ordine no estimulante
”A utilidade do inútil”, “Só o saber pode desafiar uma vez mais as leis do
mercado. Eu posso comungar com os outros os meus conhecimentos sem empobrecer….
Ensinar é um processo virtuoso que enriquece. Ao mesmo tempo, quem dá e quem
recebe”.
Não, não é um discurso ingénuo
ou romântico, estes anos todos de estrada dão-me alguma lucidez, creio. Os
Professores e Educadores e de uma forma geral quem passou pela escola e não tem
preconceitos ou agendas implícitas reconhece que é verdade.
No entanto, sei também que
acontecem verdadeiros atropelos no quotidiano escolar. Entendo de há muito que
um dos pecados estruturais do sistema é justamente a falta de dispositivos de
regulação o que permite que coexistam na mesma escola a excelência e a
mediocridade sem sobressaltos aparentes.
É assim triste que tantos e
tão manhosamente ataquem quem, na sua esmagadora maioria, lhes leva os filhos
ao futuro e os trouxe ao presente que têm.
Uma comunidade que não
valoriza os seus professores e o seu trabalho é uma comunidade certamente mais
pobre e menos desenvolvida. A Educação, o Conhecimento, a Formação são
ferramentas de construção e distribuição de riqueza. Os professores e os
alunos, futuros adultos, são os obreiros desta empresa. Respeitem-nos!”
Sem comentários:
Enviar um comentário