Ontem, na sequência da publicação
do Relatório do CNE coloquei no Atenta Inquietude um texto sobre os
"descaminhos" da educação dos alunos com necessidades especiais. Recebi na caixa de comentários um testemunho da mãe Joana
que aqui vos deixo acompanhado de uma pequena nota de conteúdo quase redundante.
"Tenho um filho com paralisia cerebral que entrou esta semana no
5º ano. Embora me tenha reunido desde dezembro com coordenadora de ensino
especial, nenhum professor estava a par da inclusão do meu filho. Tivemos que
pedir apoio a uma tia para o ajudar nas tarefas diárias. Alguns professores
recusaram-se a dar as fichas, e deixá-lo apresentar-se e disseram que o lugar
dele não era na sala. Depois chamaram-me para propor que ele fosse para colégio
terapeutico do (eliminei o nome). O meu filho sabe ler, usa o computador,
escreve e está nível de 8/9 anos de aprendizagem, sendo que tem 11 anos.
Compreende tudo e fala a nível da sua idade. Tem amigos da sua idade e sempre
muito sucesso entre as outras crianças. Uma criança com paralisia cerebral com
os seus direitos negados."
É só mais um exemplo de situações que me são referenciadas e vão sendo conhecidas através das redes sociais e que mostram como "tudo está bem" na visão e política cráticas e, sobretudo, o que parece ser a trajectória implícita nas quais as escolas estão a ser envolvidas, muitas vezes, com o desacordo e perante a impotência de muitos professores, de ensino regular ou de ensino especial, técnicos e famílias."
É só mais um exemplo de situações que me são referenciadas e vão sendo conhecidas através das redes sociais e que mostram como "tudo está bem" na visão e política cráticas e, sobretudo, o que parece ser a trajectória implícita nas quais as escolas estão a ser envolvidas, muitas vezes, com o desacordo e perante a impotência de muitos professores, de ensino regular ou de ensino especial, técnicos e famílias."
2 comentários:
Sou professora de Ed. Especial e acompanhei este ano a entrada de um menino com paralisia cerebral no 5ºano, com limitações severas a nível cognitivo, sensorial e motor. Não lê, não usa o computador porque não tem movimentos voluntários e tem baixa visão profunda e interage connosco com um sorriso de felicidade lindo que traz sempre consigo. Deixo aqui o link para a página onde partilhei uns momentos e quero deixar também o meu sentimento de indignação porque, se as coisas não correram bem com esse menino, a culpa está infelizmente mais nos nossos colegas professores do que nas medidas de um ministro que não percebe nada de Educação Especial.
Olá Ana, existem, felizmente, situações positivas. A minha questão é centrada nas políticas educativas que deveriam suportar e promover respostas de qualidade e recursos suficientes.
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