AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

AINDA O PISA 2022. FUGIR PARA A ESCOLA

 Ainda os dados do PISA 2022. Um em cada dez alunos portugueses expressa que se sente só e outros 11% sentem-se “postos de lado”.

São indicadores que merecem toda a atenção apesar de se situarem bem abaixo da média da OCDE, 16% sentem-se sós e 17% afirma que são “postos de lado”.

Ao olhar para estes indicadores lembrei-me que há já uns anos me convidaram a participar numa iniciativa que tinha com título genérico "Fugir para a escola" que achei curioso e agora recordei.

Seria muito interessante, mas não passa, provavelmente, de um romantismo não compatível com a dureza crispada, agressiva e feia, dos tempos e da vida actual, imaginar que os miúdos quisessem fugir para a escola, não porque fugissem de algo mau, o contexto familiar, por exemplo, e que em bom rigor e lamentavelmente é por vezes tão mau que obriga a fugir, mas porque os miúdos quisessem correr para a escola por nela se sentirem bem e não apenas nos intervalos e com os amigos.

Por outro lado, nos tempos que correm também muitos professores, bons professores, mostram por cansaço ou desesperança que já não fogem para a escola, um lugar de realização, de trabalho duro, mas com uma das maiores compensações que se pode ter, ajudar gente pequena a ser gente grande.

O clima institucional, a burocracia, a deriva política foram, vão, levando a que a escola não apeteça. Felizmente, muitos outros professores ainda conseguem fugir para escola, os alunos desses professores são gente com sorte.

Será que ficou mesmo impossível acreditar que alunos e os professores, de uma forma geral, queiram fugir para escola?

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