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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

FAMILIAR FACE: VIOLENCE IN THE LIVES OF CHILDREN AND ADOLESCENTS

A UNICEF divulgou o seu Relatório “Familiar Face: Violence in the lives of children and adolescents”. O Relatório aborda a violência e abusos dirigidos a crianças e adolescentes nos seus diversos contextos de vida, incluindo a escola e família. Lê-se no sumário:

All children have the right to be protected from violence inflicted on them by anyone in their lives – whether parents, teachers, friends, romantic partners or strangers. And all forms of violence experienced by children, regardless of the nature or severity of the act, are harmful. Beyond the unnecessary hurt and pain it causes, violence undermines children’s sense of self-worth and hinders their development.
Yet violence against children is often rationalized as necessary or inevitable. It may be tacitly accepted due to the familiarity of perpetrators, or minimized as inconsequential. The memory or reporting of violence may be buried due to shame or fear of reprisal. Impunity of perpetrators and prolonged exposure may leave victims believing violence is normal. In such ways, violence is masked, making it difficult to prevent and end.
A Familiar Face: Violence in the lives of children and adolescents uses the most current data to shed light on four specific forms of violence: violent discipline and exposure to domestic abuse during early childhood; violence at school; violent deaths among adolescents; and sexual violence in childhood and adolescence.
The statistics reveal that children experience violence across all stages of childhood, in diverse settings, and often at the hands of the trusted individuals with whom they interact on a daily basis.
Ensuring that violence in all its forms is documented through solid data is a first step towards its elimination.

A realidade retratada no Relatório, incluindo alguns dos dados relativos a Portugal não pode deixar de colocar um fortíssimo risco no que respeita ao desenvolvimento e ao sucesso educativo destes miúdos e adolescentes e portanto, à construção de projectos de vida bem-sucedidos.
Sem estranheza, sempre assim foi, sempre assim é, as crianças são sempre os mais vulneráveis dos mais vulneráveis mas, como sempre, apesar dos sobressaltos ao sabor da espuma dos dias e dos efeitos mediáticos que incluem as lágrimas de crocodilo, a hipocrisia e o despudor, nada ou muito pouco acontece, sinais de uns tempos que têm coisas muito feias e a que mesmo as instituições internacionais respondem com pouca eficácia e também alguma hipocrisia cheia de retórica e pouco poder, estão refèns de outros poderes e de outras agendas.
O estudo cuidadoso destes indicadores no seu conjunto poderia contribuir para definir um sólido e necessário caderno de encargos em matéria de políticas que envolvam os problemas das diferentes dimensões da vida dos mais novos.
Se assim fosse, o futuro poderia ser encarado com mais optimismo. Deveria ser um exigência civilizacional e ética em nome dos nossos filhos, dos filhos dos nossos, filhos, dos ...
As palavras ingénuas de Augusto Gil em 1909 estão tragicamente actualizadas.
(...)
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!
(...)

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