O texto de opinião de José
António Pinto no Público, “O futuro do Estado Social e os Pobres” leva-me a
algumas notas,
Na verdade sucessivos indicadores
apontam no sentido do sucesso do Programa que nos leva ao salvífico
empobrecimento pelo que se aguarda a sua continuidade.
Na verdade, depois de décadas em
que muitos portugueses não tiveram o privilégio de beneficiar das virtudes do
estado de pobreza, o Programa de Empobrecimento a Tempo Inteiro tem vindo com persistência e eficiência a
devolver aos portugueses a felicidade do empobrecimento e a sua salvífica
condição.
Com uma invejável determinação e
coragem o Governo tem conseguido transformar milhões de portugueses em pobres,
há quem lhes chame, os novos pobres, pelo que o nosso índice de felicidade tem
vindo a subir sustentada e estruturalmente.
É verdade que existe uma pequena
minoria que tem sido inaceitavelmente discriminada, não tendo beneficiado das AEFs - Actividades de Empobrecimento Familiar, antes pelo contrário, alguns estão
mesmo mais ricos. Não é justo que fiquem privados do usufruto da pobreza.
Alguns ingratos, irrealistas, mal-agradecidos,
ignorantes ou mesmo mal-intencionados entendem que que não eram necessárias
tantas Actividades de Empobrecimento Familiar. Não passam de vozes de burro
que, evidentemente, não chegam ao céu. Como o Primeiro-ministro afirmou há tempos
as pessoas "simples" entendem o seu empobrecimento. Claro, é o seu
destino.
Como se sabe, o céu está guardado
para os bem aventurados pobres.
Na verdade e mais a sério, é
difícil de entender a persistência numa estratégia de empobrecimento como
salvação para as dificuldades num país em que perto de dois milhões de pessoas,
estão em risco de pobreza. Este é o resultado de uma persistência cega e surda
no “custe o que custar", no cumprimento dos objectivos do negócio realizado
como os nossos “amigos” e dos objectivos de uma política "over
troika", atingindo claramente o limite do suportável e afectando gravemente
as condições de vida de milhões.
Estamos a falar de pessoas, não
de políticas, ou melhor estamos a falar do efeito das políticas na vida das
pessoas. E estamos no “bom caminho”?
Com este terramoto social e
económico ainda se insiste no discurso do “temos que empobrecer”, é este o “bom
caminho”. Isto indigna até à raiva, nós já estamos pobres, nós não precisamos
de ficar mais pobres.
O que precisamos é de coragem e
visão sem subserviência ao ditado dos mercados e dos seus agentes para definir
modelos económicos, sociais e políticos destinados a pessoas e não a mercados
ou a grupos minoritários de interesses.
Ter como preocupação quase
exclusiva o abaixamento dos rendimentos familiares, incluindo pensões e
reformas, o abaixamento dos custos do trabalho através da sua proletarização e
precariedade, não parece ser a forma mais eficaz de combater o desemprego,
promover desenvolvimento e criação de riqueza.
Relativamente ao Tema do Empobrecimento Li há pouco um artigo no Público sobre a Geração mais Qualificada de Sempre. Vale a Pena Ler. É preciso pensar que futuro queremos... uma China ou uma Suécia. Andamos a Formar pessoas (Ensino Profissional e Ensino Superior para Quê)? Para Emigrarem ?
ResponderEliminarSou desta geração que nem se permite sonhar
http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/17113/sou-desta-geracao-que-nem-se-permite-sonhar
Ps: A Maior Parte das Ofertas de Emprego do IEFP pede em Qualificação 4ª Classe.
Pedro.
Pertinente como sempre, Pedro.
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