A PSP criou nas instalações da Divisão de Investigação
Criminal de Alcântara, em Lisboa, um “espaço criança”, destinado exclusivamente
às crianças que se deslocam a esta Divisão que tem competência em matéria de
investigação de abusos e maus tratos a crianças, por exemplo, no quadro de
violência doméstica.
Esta iniciativa realizada em parceria com a Associação
Portuguesa de Apoio à Vítima merece registo.
Na verdade, as circunstâncias em que muitas
crianças são ouvidas e recebidas devido a questões processuais e de
investigação quase que configuram uma nova situação de vitimização. Recordo,
por exemplo, sucessivas audições de crianças vítimas de abuso sexual, situação que
creio atenuada, mas não resolvida, com os depoimentos para memória futura ou ainda o
contacto com os agressores. Quase parece dispensável a necessidade de referir
como é violento e capaz de deixar marcas profundíssimas solicitar a uma criança
que repetidas vezes relate, relembre e "viva" a situação dramática
porque passou, o que significa, certamente, um novo abuso.
Acresce às questões processuais que podem ser, na verdade,
outra experiência de violência, a importância do contexto de acolhimento,
espaço onde ocorre e a preparação de quem recebe as crianças, nos diferentes
serviços.
Nesta perspectiva, merece registo a iniciativa
da PSP e da APAV que de facto vai no sentido de acautelar “o supremo interesse
da criança”, fórmula repetida mas nem sempre colocada em prática.
acho que é um departamente optimo e devia ser alargado a todos os municipios! a protecçao das crianças deve ser a prioridade!
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