...
Pois é Francisco, sempre pensei
em ter a família junta, gosto muito de vocês.
Eu sei Pai, eu, a Laura e os
miúdos também gostamos muito de si e da mãe, mas preferíamos estar na nossa
casa. Esta maldita crise obrigou-nos a perdê-la.
Tem calma, vamos conseguir
arranjar-nos, tu e a Laura ficam com o teu quarto antigo e os miúdos ficam na
sala.
Eles estavam habituados a ter um
quarto só para eles, vão estranhar.
Os miúdos adaptam-se a tudo, olha
eu passei muito e cá me aguentei.
Os tempos são outros Pai.
É preciso calma, já te disse, a
gente ajuda, vou levar o Fábio e o Tiago à escola, dou-lhes uma ajuda, até me
vou sentir melhor com alguma coisa para fazer. Estava para aqui com a tua mãe
sem nada para fazer. Vamos ter tempo para conversar.
É verdade, quando eu e a Laura
tínhamos trabalho o tempo faltava e vínhamos poucas vezes.
A gente aguenta-se, vais ver.
Eu e a Laura andamos todos os
dias à procura de trabalho mas está difícil. Estou com medo Pai.
Olha, nos tempos em que passámos
muito, o meu pai dizia sempre, onde come um, comem dois, melhores tempos virão,
com a minha reforma e a pensão da tua mãe a gente não se vai abaixo, espero que
não as cortem como já fizeram e dizem que vão continuar.
Espero bem, mas não tenho muita
esperança. A gente ouve as notícias, é só desgraças, cada dia está pior.
Mas não te esqueças que estamos
juntos. A gente somos uma família, a gente vai aguentar-se.
...
E que tal pôr o pai a dizer...
ResponderEliminar"A gente é uma família, a gente vai aguentar-se."
... ou
"Nós somos uma família, nós vamos aguentar-nos."
... para o diálogo parecer ainda mais improvável?! :-)
Existem famílias em que são estas as palavras e se dizem assim ...
ResponderEliminarAcho que o Zé Morgado não entendeu o que eu quis dizer.
ResponderEliminarA minha proposta apenas salienta que o diálogo ficaria ainda mais IMPROVÁVEL, se sintacticamente correcto, de tão arredado que estaria do discurso de muitas famílias portuguesas, infelizmente!
Tem razão Ana
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