AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O DIREITO À FELICIDADE. Da Pepa e dos outros

De vez quando levantam-se umas tempestades que tenho alguma dificuldade em perceber.
Só a título de exemplo, lembram-se da Tempestade da Licenciatura em que um rapaz, sem tempo para estudar mas que queria ser doutor. Com umas cumplicidades no meio universitário e com umas manhas de base legal, os amigos são para as ocasiões, lá encontrou quem lhe oferecesse baratinha e rapidinha uma licenciatura. Cumpriu-se o sonho de ser feliz, o Sr. Miguel Relvas passou a Dr. Miguel Relvas.
Aparece, entretanto, um outro senhor de apagado currículo mas que gostava de brilhar, perseguia, por assim dizer, os seus minutos de fama, de felicidade. Num país crédulo e disposto a reverenciar figuras, o Sr. Baptista da Silva transformou-se em conselheiro da ONU, doutorado e professor universitário e embaraçou um pessoal que lestamente o convidou para entrevistas e conferências. O Professor Doutor Baptista da Silva foi feliz. Ainda bem.
Agora, ainda não percebi muito bem, parece que uma rapariga, uma tal Pepa, que não tenho o privilégio de conhecer, expressou como desejo para 2013 ter uma mala preta Chanel. Presumo que isto deve ser algo de muito importante, pois desencadeou uma onda de inquietação. Confesso que não compreendo, por mim a menina pode ter a mala preta Chanel e ser feliz.
Na verdade, não entendo o alarido, a busca pela felicidade é algo que parece de sublinhar e incentivar.
A questão é que o entusiasmo pela busca da felicidade não é contagioso. Assistimos a milhões de pessoas que diariamente percorrem uma estrada de infelicidade e que acabam por criar mau ambiente. Gente nova, gente velha, por várias razões, insistem em ser infelizes e em sentir-se tremendamente mal numa espécie de resignada aceitação e continuam infelizes, pois claro. Isto é que é inaceitável.
Lutem por ser felizes, inspirem-se em Miguel Relvas, Baptista da Silva ou Pepa.
A eles o meu obrigado por nos mostrarem um caminho para o direito à felicidade.

2 comentários:

  1. Caro Professor, creio que percebi o que quis dizer mas vou fazer a seguinte observação, até porque sabe que eu gosto muito de si: provavelmente conhece o famoso caso do colar antes da Revolução Francesa.

    Esta é uma mala Chanel.

    Abraço
    António Caroço

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  2. Eu só vejo um inconveniente: a Pepa poder pertencer a uma Jota qualquer e acabar como ministra, pois de gente eloquente e cheia de ideais e ambições já estamos bem servidos!

    De resto, a Pepa até me fez sorrir...

    Ah, custa-me a crer que não a conheça, mas, ainda assim, deixo-lhe a apresentação de Pepa a cargo de quem o faz de forma ímpar:

    https://www.youtube.com/watch?v=vd5TGhGMcNM

    :-)

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