AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 18 de junho de 2012

EXAME DE ACESSO À CARREIRA DE POLÍTICO

O Ministro Nuno Crato, em documento hoje divulgado, reafirmou a intenção, já conhecida,  de instituir um exame de acesso definitivo à profissão docente, envolvendo os professores que ainda não são do quadro e os que de novo batam à porta da profissão. Nada de novo, é coerente com a relação mágica que o Ministro tem com os exames, ou seja, fazem-se exames, muitos exames, que a coisa melhora, seja o que for. Como afirmei há dias, conforme um SMS que recebi de alguém das secretas infiltrado a 5 de Outubro, estão na forja exames no final da educação pré-escolar e no final de cada período de todos os doze anos da escolaridade obrigatória. Ao que parece, o MEC estuda também a forma de proceder em outsourcing, processo também conhecido por avaliação externa, a exames aos pais e encarregados de educação, os que tiverem sucesso livram-se, evidentemente das multas previstas no Estatuto Do Aluno.
Mais a sério e como parece claro, esta decisão traduz a desconfiança sobre a formação de professores quer nos politécnicos, quer nas faculdades, curiosamente também sob tutela do MEC. Dito de outra maneira, evidencia a incompetência e negligência da regulação a que a tutela estaria obrigada mas de que se tem demitido.
Com a mesma lógica de análise do Ministro Nuno Crato, a defesa da qualidade, e dada importância fundamental do seu exercício para todos nós, também a formação dos políticos merece uma enorme preocupação. Assim, parece-me imprescindível que os candidatos sejam submetidos a um exame de ingresso na carreira para garantir, tal como se pretende com os professores, que apenas os melhores tenham acesso ao desempenho profissional.
De forma desinteressada, apenas com genuíno espírito de colaboração, sugiro que os candidatos possam responder a três provas com a estrutura seguinte, paralela à que em tempos foi sugerida para os professores.
Exame escrito de Língua Portuguesa avaliando o “domínio escrito da L.P. tanto do ponto de vista da morfologia e da sintaxe, como da clareza de exposição” e também a organização de ideias, além da “capacidade de raciocínio lógico”.
Exame escrito de competências técnicas e científicas envolvendo, entre outros conteúdos, a capacidade de elaboração de promessas a partir de um tema, a capacidade de comentar demagogicamente um texto, a elaboração de cinco opiniões diferentes a partir de um facto, a citação, de forma organizada, dois nomes reconhecidos na área económica, cultural, científica e política, etc.
Exame oral avaliando o domínio de uma língua estrangeira para além do “portunhol”, a elaboração de uma apresentação em “powerpoint” em três versões sobre um tema e, finalmente, defender uma ideia e o seu contrário no tempo limite de cinco minutos com "pose de estado", seja lá isso o que for.
No caso, pouco previsível, aliás, de chumbos nestes exames, os candidatos serão encaminhados para o novo Ensino Recorrente onde poderão preparar-se para uma nova oportunidade.
Creio que teríamos basicamente a mesma classe política mas, dado fundamental, com Diploma de Qualidade. A sério, acho que é de considerar o lançamento de uma petição com este objectivo.

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