Era uma vez uma terra onde havia muitos coelhos,
grandes e pequenos. Lá naquela terra tinham decidido que todos os coelhos
pequenos deveriam aprender a dar saltos e arranjaram uns mestres de saltos para
ensinar os coelhos a saltar. A certa altura, para ter uma ideia se os coelhos
pequenos já sabiam dar bons saltos e poder comparar uns com os outros e em
todos os lugares daquela terra, mandaram que todos, no mesmo dia, dessem um
salto com um comprimento que determinaram. A grande maioria dos coelhos pequenos
saltou aquele comprimento, uns mais à vontade que outros. Estranhamente, em vez
de felicitarem os coelhos pequenos que saltaram e tentar perceber porque é que
alguns não tinham sido capazes, desataram todos a discutir em grande algazarra.
Uns clamavam que o salto era muito curto e por isso muitos coelhos tinham
saltado, deveriam exigir um salto maior. Outros achavam que o comprimento
estava adequado e era normal haver alguns coelhos que não saltem bem.
Uns achavam que o terreno onde se davam os saltos
tinha sido bem preparado para que os saltos corressem bem, outros ainda achavam
que o trabalho dos mestres de saltos tinha sido bom e por isso a maioria
saltou. Por outro lado, ainda havia alguns que achavam o contrário, os mestres
de saltos não eram assim tão bons e, por isso, alguns coelhos não conseguiram
saltar. Havia também uns, os que mandavam em tudo o que dizia respeito aos
saltos que diziam que a prova de saltos estava muito bem organizada porque eles
são os melhores e sabem tudo.
Era interessante notar que até apareciam uns que
não percebiam nada de coelhos pequenos, de saltos ou de mestres de salto, mas
que também tinham muitas opiniões sobre isto.
Fartos de ouvir esta confusão os coelhos pequenos
não percebiam muito bem porque é sendo eles a dar os saltos, toda a gente
falava da prova de salto e ninguém ligava aos saltadores.
Parece que estou a falar das provas de aferição e
da sempre presente discussão sobre a sua dificuldade, mas não, é mesmo dos
saltos dos coelhos pequenos.
E os coelhos pequenos estão um pouquito fartos de os mandarem saltar sem olharem para eles, e para o seu futuro saltitante. De preferência com saltos promissores.
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