AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

HABEMUS ACORDO

Das janelas da 5 de Outubro saiu finalmente fumo branco, “Habemus Acordo”. Quando se estabelece um acordo entende-se por definição e natureza que as partes envolvidas se sentem satisfeitas, daí o acordo. É bom que se tenha conseguido esse entendimento e que o clima das escolas se aquiete.
No entanto, penso que seria bom reflectir em todo o processo que aqui nos trouxe. Foram meses de guerra, de inflexibilidade e de arrogância na defesa de posições que, obviamente, levariam a situações extremamente complicadas e incorrectamente enquadradas em termos de calendário e competência.
O dano que estes tempos criaram no ambiente de muitas escolas escolas, nos pais, na opinião pública que mais uma vez é bombardeada com "guerra" na educação era bem dispensável. A serenidade é um bem de absoluta necessidade e como sempre digo, a conflitualidade também é natural e motor de desenvolvimento desde que bem resolvida e gerida seriamente.
Fica difícil entender a posição de partida do ME, da intransigência à negociação, bem como do espectáculo absolutamente deprimente de alguns discursos e comportamentos a que assistimos no âmbito das manifestações e posições da comunidade ligada aos estabelecimentos de ensino privado com contratos de associação. Lembrei-me de um episódio que há muitos anos me aconteceu em Marrocos quando indaguei um comerciante sobre a razão pela qual os preços não estavam fixados, tornava tudo mais fácil. Explicou-me com ar perplexo que se aparece um turista americano que paga os 100 que ele pede porque não fazê-lo, possibilitando que com outros clientes possa negociar e vender por 30, além disso, acrescentou, é assim que se fazem os negócios em Marrocos. Pelos vistos também é assim que o ME negoceia.
Não é grave mudar de ideias e de entendimentos sobre qualquer matéria, antes pelo contrário, é sinal de inteligência, o que é grave, é permitir e sustentar algo mal feito, com um calendário mal escolhido, com o trabalhado de casa por fazer, etc.
Em todo o caso, parece então teremos uma acalmia para os próximos tempos. É melhor assim.

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