AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

OS CARRINHOS DE CHOQUE

Seja porque estejam em eventual desaparecimento depois de alguns acidentes ou por desinteresse das pessoas, seja pelo facto de eu passar menos frequentemente pelos espaços adequados, não tenho visto muitas pistas com os famosos carrinhos de choque tão apelativos e tão inscritos na memória da infância de muitos de nós. O carrinhos de choque definiam a ida à feira. A velocidade, as manobras, os choques, ocasionais ou provocados, as corridas espontâneas que nasciam na pista, eram uma injecção de adrenalina que durava o tempo da moeda e a disponibilidade e paciência dos pais.
No entanto, quando olho para a vida que muitos miúdos hoje vivem lembro-me dos carrinhos de choque das feiras dos tempos de gaiato.
Passam o tempo a correr, chocando com a pressa dos tempos e de toda a gente. As viagens curtas, o tempo da moeda, e sempre a acelerar ente as milhentas actividades a que os amarram com a ideia de que tudo têm que fazer, para em tudo ser excelentes. A impaciência a indisponibilidade da vida corrida de muitos pais transforma também em vida corrida a vida de muitos miúdos, sempre com uma moeda na mão para nova viagem. Têm, muitos deles, o crescer envolvido numa competição onde se espera que sejam os melhores e não falhem.
A pequena diferença é que esta é a vida deles, dos miúdos, vida de carrinhos de choque.

2 comentários:

  1. Antigamente jogávamos à bola na Rua até anoitecer, hoje os miúdos vão para as escolinhas de futebol.

    Abraço
    António Caroço

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