Por aqui no monte continua a
limpeza dos pés de burro das oliveiras. As oliveiras são, do meu ponto de
vista, as árvores mais bonitas do nosso património e limpas ainda mais bonitas
ficam, para além de permitir estender os panos para a apanha da azeitona de
forma mais simples e eficiente.
Este ano será fraco, muito fraco,
pouca azeitona e ainda cairá muita até à apanha.
Como sempre, a lida é acompanhada
das lérias.
Sem surpresa falávamos dos tempos
estranhos e duros que atravessamos. Depois de muitas considerações o Mestre Zé
conclui que um problema grande é que já não há muita gente “vontadeira”.
Ao fim de vinte e cinco anos de “companha”
ele ainda me consegue surpreender. Por isso aguardamos os dois pelos próximos
vinte cinco para continuar a lida e … as surpresas.
Bom, mas … Mestre Zé o que é a
gente “vontadeira?
Ora, começa a responder-me com os
olhos negros e pequenos a fixar-me como sempre que me explica alguma coisa que
eu deveria saber ou perceber.
Já há poucas pessoas com vontade
fazer bem as coisas, com vontade de pensar nos outros, com vontade de se
preocupar em ajudar. As pessoas só têm vontade de si e de não se ralarem com os
outros.
Pois é Mestre Zé, é capaz de ter
razão, falta gente “vontadeira”.
E atirámo-nos aos pés de burro
ainda com mais vontade, somos “vontadeiros porra. Ainda não fica acabado hoje
mas não é por falta de vontade.
E são também assim os dias do
Alentejo.
Um abraço para o pessoal vontadeiro...!!! E... bons pés de burro!
ResponderEliminarArménio.
Olá Companheiro, tu és um vontadeiro. Abraço
ResponderEliminar