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segunda-feira, 15 de abril de 2019

QUALIFICAR E CERTIFICAR


Será hoje apresentado um balanço dos dois primeiros anos da iniciativa Qualifica integrado integrada no Programa Integrado de Educação e Formação de Adultos destinado aos que “não tiveram oportunidade de estudar no tempo mais natural, mas também àqueles que, ainda sendo jovens, não conseguiram completar a escolaridade obrigatória”.
A meta estabelecida foi a qualificação de 600 000 adultos até 2020. Segundo a imprensa nestes dois anos 315 mil pessoas inscreveram-se nos 300 Centros em funcionamento 315 000 pessoas o que supera o objectivo definido.
A qualificação e formação de adultos é ainda uma das grandes prioridades portuguesas pelo que estes dados são uma boa notícia. Cerca de 55% da população não tem o ensino secundário completo com consequências muito significativas em sociedades marcadas pelo conhecimento e avanço tecnológico.
A qualificação é um bem de primeira necessidade e a melhor forma de combater exclusão e pobreza.
Representam ainda uma recuperação pois nos últimos anos tinha-se verificado um forte abaixamento nos dispositivos e recursos alocados à educação permanente ou aprendizagem ao longo da vida.
Não tenho informação que me permita pensar o contrário, mas espero que o processo em curso seja de facto de qualificação e de reconhecimento processos de reconhecimento, validação e certificação de competências e não uma “certificação” que compõe estatísticas.
Ainda recordo o Programa Novas Oportunidades que partindo de uma fortíssima necessidade e de um conjunto de princípios correctos, se transformou num enorme equívoco devido a uma enorme pressão “certificadora” que confundiu “certificação” com qualificação” apesar do esforço e dedicação de muitos profissionais envolvidos que eram pressionados para objectivos de “certificação”.
Como disse, espero que os números agora anunciados se traduzam em reais processos de qualificação ou de reconhecimento, validação, certificação de competências efectivamente demonstradas e que se resista à tentação de trabalhar para a “estatística”, instalando um fingimento de formação e certificação de competências que promovendo certificação não promove qualificação.

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