Era uma vez uma terra, aquela
terra de que às vezes falo e onde acontecem coisas, em que havia muitos
Malabaristas, bons Malabaristas.
Os Malabaristas daquela terra
tinham-se especializado em várias artes dentro do malabarismo e existiam em todas as áreas de actividade.
Havia um grupo muito bom nos
malabarismos com as palavras. É verdade, deixavam a gente espantada, os
Malabaristas das Palavras pegavam nelas e davam-lhes tantas voltas que elas
diziam uma coisa e passado pouco tempo já diziam outra, e logo depois
significavam ainda outra coisa. Eram uns verdadeiros artistas com as palavras,
faziam delas o que queriam para elas dizerem o que lhes apetecesse.
Havia também um grupo que fazia
autênticos milagres com a verdade, com as verdades. As coisas nunca eram o que
pareciam, os Malabaristas da Verdade, conseguiam que qualquer coisa que toda
gente via de uma maneira fosse referida como sendo de outra. Algo que de manhã
era verdade, nas mãos dos Malabaristas deixava de o ser e eles com as suas
habilidades mostravam a verdade que entendiam e que depressa deixava de o ser
substituída por outra verdade diferente.
Na terra dos Malabaristas também
existia um conjunto de Malabaristas dos Números, verdadeiros artistas a
manipular números. Quando toda a gente estava convencida que os números
contavam uma história simples, os Malabaristas dos Números davam-lhes umas
piruetas e os mesmos números contavam outra história ou então organizavam os
número de forma a contar a história que os Malabaristas queriam contar. Eram
mesmo bons a mexer nos números.
Os Malabaristas estavam tão
convencidos da sua arte que se achavam reis daquela terra. Mas as gentes
estavam mesmo fartas dos Malabaristas, de todos os Malabaristas daquela terra.
Um dia os Malabaristas irão perceber.
PS - Qualquer eventual semelhança com cenários reais ... não é pura coincidência. Estou cansado de malabaristas.
Bom dia Professor José Morgado,
ResponderEliminarUma analogia fantástica para a compreensão do mundo real que nos fazem entrar pelos olhos dentro.
Felizmente, no sossego do Monte que vamos conhecendo, os "malabaristas" não devem entrar... e "la détente" acontece.
Uma Páscoa Feliz
Alexandre
Olá Alexandre, obrigado, Boa Páscoa também para si.
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