AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 29 de abril de 2019

PAIS E ESCOLA


Gostei de ler “Como posso eu apoiar a escolaridade dos meus filhos?” de Lourdes Mata no Público.
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Muitas vezes tenho escrito no Atenta Inquietude que apesar dos estilos de vida pouco amigáveis é muito importante que os pais e encarregados de educação, no âmbito da educação familiar assumam algum envolvimento com a vida escolar.
É comum que este envolvimento seja entendido fundamentalmente por estabelecer contactos com a escola ou participar nas reuniões de pais e “ajudar” nos trabalhos de casa dos filhos.
Como está escrito no texto é bem mais do que isso.
Deixando de lado, os contactos com a escola pela sua relevância óbvia, algumas notas breves.
Existe uma forte associação entre o desempenho escolar dos alunos e o nível de escolaridade dos seus pais/encarregados de educação. Por outro lado, sabemos também que temos ainda um baixo nível de qualificação escolar em muitas das nossas famílias.
Neste cenário e como tantas vezes refiro apoiado em estudos de diferente natureza, o recurso excessivo aos trabalho de casa, sobretudo em alunos mais novos (menos autónomos) coloca muitas vezes dificuldades aos pais que querem ajudar mas não “sabem” e não conseguem a ajuda externa, as “explicações”, criando-se desta forma situações que alimentam desigualdade de oportunidades.
No entanto, se considerarmos que "Trabalho" Em Casa não é o mesmo que Trabalho Para Casa, por princípio, todos os pais, independentemente, do seu nível de escolaridade, são capazes, podem e devem envolver-se … na vida escolar dos filhos. Conversar sobre as dificuldades, incentivo ao conhecimento e à curiosidade, promoção e envolvimento em actividades de lazer de natureza variada, ler (independentemente do suporte) ou brincar ao ar livre e tantas outras, comunicação sobre assuntos do dia-a-dia, promoção de rotinas e formas de organização mais eficientes e saudáveis, aproveitar o que está à volta para criar “mundo” e autonomia nos miúdos, são apenas exemplos do muito que pode ser feito pelos pais com reflexos positivos no processo de escolaridade dos filhos.
Trata-se de uma matéria que abordo com regularidade em conversas com pais que sinto estarem de forma geral disponíveis para este olhar.
Sabemos todos, quase não adianta referir, que muitos pais, por negligência, por dificuldades grandes com horários, por insegurança ou por algum desconhecimento do papel que também neste campo podem ter, não assumem os procedimentos e atitudes que mais desejaríamos.
Por isso … temos de insistir. É bom para as crianças e adolescentes.

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