PROFESSORES E ALUNOS AMIGOS NAS REDES SOCIAIS

O DN aborda uma questão curiosa, “Professores e alunos deverão ser amigos nas redes sociais?” Já no blogue ComRegras, o Alexandre Henriques tinha colocado a mesma interrogação.

Umas notas breves.

Considerando o entendimento comum de amizade, tal como se passa com os pais, escrevi sobre isto na Visão, o papel de professor está para além do papel de amigo e seria desejável que não tivéssemos grandes dúvidas sobre isto não apenas no que afirmamos mas, sobretudo, na forma como em cada dia nos relacionamos com os nossos alunos.

Como muitas vezes sublinho, é evidente que o trabalho de professor assenta na relação e na comunicação e, portanto, é essencial que essa relação seja positiva, segura, confiante e com afecto o que se constrói com a comunicação. Mas ser ser professor é diferente de ser amigo.

Também sei que dispositivos como as redes sociais, na medida em que fazem parte do nosso quotidiano poderão estar também presentes na educação escolar e até com intencionalidade didáctica.

No entanto, a questão da “amizade” no FB, por exemplo, tem de ser vista no plano próprio, o “amigo” do FB é um amigo? Não acredito que tenha mais de quatro mil amigos.

Como se refere na peça do DN, importa também considerar a idade dos alunos e a própria utilização que damos às redes sociais.

Como na maioria das questões em matéria de educação, não tenho uma posição fechada, julgo que cada um de nós é capaz de ponderar o que fazer e gerir o que daí decorre.

Por outro lado e sem querer fazer zangar ninguém, no FB tropeço com alguma frequência em “produtos” colocados por professores que cuja leitura ou visualização é pouco recomendável por várias razões que me dispenso de referenciar.

Do meu ponto de vista, este é mesmo o problema crítico relativamente às redes sociais, o que fazemos com elas, cada um de nós.

Em síntese, procuro ter a melhor relação possível com os meus alunos, faz parte do meu entendimento da função docente, muitos fazem parte da minha rede de “amigos” no FB mas, definitivamente, não meus amigos ... agora. Nenhuma confusão sobre isto. É mais saudável para todos.