Em entrevista ao Público e
conforme já tinha sido anunciado, o presidente da Academia das Ciências de
Lisboa, Artur Anselmo, reafirma que em 2017 será apresentado um documento, “Subsídios
para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico” que procura sensibilizar o poder político
com uma fundamentação científica face ao caos instalado pela incompetente
aprovação do Acordo Ortográfico.
Não sou, evidentemente, um
especialista mas parece-me que o cerne da questão reside, de facto, no entendimento de que “Qualquer tentativa de uniformização
ortográfica nos diversos países que usam a língua portuguesa como oficial é
utópica” e que “o normal é o respeito pelas ortografias nacionais".
É esta perpectiva que informa o
que se passa, por exemplo, com o inglês ou o castelhano/espanhol que têm
algumas diferenças ortográficas ou na linguagem oral nos diferentes países em que são língua
oficial, sem que daí advenha qualquer perturbação ou drama mas isto dever-se-á, certamente, a ignorância minha e à pequenez irrelevante
daquelas comunidades anglófonas. O mesmo se passa entre a comunidade dos países
com o castelhano/espanhol como língua oficial.
Como tantas vezes tenho escrito,
desculpem a insistência, entendo, evidentemente, que as línguas são estruturas
vivas, em mutação, pelo que requerem ajustamentos, por exemplo, a introdução de
palavras novas ou mudanças na grafia de outras, o que não me parece sustentação
suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece como norma e que carece,
evidentemente, de mudança.
Acresce que as explicações que os
defensores, especialistas ou não, adiantam não me convencem da sua bondade,
antes pelo contrário, acentuam a ideia de que esta iniciativa não defende a
Língua Portuguesa. O seu grande defensor Malaca Casteleiro refere até
"incongruências" no AO, algo que me parece curioso, para ser
simpático. Dito de outra maneira, desencadeamos um acordo com esta amplitude e
implicações para manter "incongruências e imperfeições" que abastardam
a ortografia da Língua Portuguesa.
Como tenho escrito e repito, Língua
Portuguesa, vou continuar a escrever-te assim, “desacordadamente”. Desejo com a
maior das esperanças que ainda possamos estar a tempo de corrigir a trajectória
seguida neste atentado à Língua portuguesa.
Outrora colonizadores, presentemente colonizados. E não me digam que a história não se "baralha e volta a dar".
ResponderEliminarOu é apenas a estupidez e subserviência dos crânios iluminados ?
VIVA!