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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

EXISTEM BRINQUEDOS PERIGOSOS MAS CUIDADO COM A NEGLIGÊNCIA E DESATENÇÃO

Segundo a imprensa de hoje a ASAE apreendeu nos últimos dois anos mais de 10 000 brinquedos perigosos. Foi proibida ainda a comercialização de mais 10 brinquedos e aumenta a fiscalização nesta época.
A avaliação de cerca de 400 brinquedos mostrou que mais de metade são “maus” ou “medíocres” no que toca a critérios de segurança. Para sublinha a importância desta matéria a DECO recorda que “No espaço europeu, os brinquedos estão na origem de cerca de 52 mil acidentes por ano”.
É verdade que existem riscos em alguns brinquedos e que tal como a Associação para a Promoção da Segurança Infantil já os tem referido, a DECO refere nas mais recentes avaliações que o facto de estar no brinquedo o símbolo CE não é suficiente como garantia de segurança sendo que no espaço europeu se registam cerca de 52000 acidentes por ano com origem nos brinquedos. A DECO tem também alertado para o risco da compra de brinquedos através da net.
Neste cenário, mais do que o trabalho da ASAE, os alertas da DECO ou da Associação para a Promoção da Segurança Infantil, importa sublinhar o papel dos pais como os "verdadeiros inspectores" da segurança dos brinquedos. No entanto, parece-me, como sempre, necessário usar de algum bom senso e evitar excessos de zelo que também não são positivos, ainda que em matéria de segurança infantil o excesso seja melhor que o defeito.
Esta referência à segurança nos brinquedos é importante e oportuna, estamos já muito perto do espírito natalício, a preocupação com os brinquedos, mas gostava de reforçar o facto de continuarmos a ser um dos países da Europa com taxa mais alta de acidentes domésticos envolvendo crianças, de que as quedas de janelas ou varandas, os afogamentos ou o contacto com materiais perigosos não devidamente acondicionados, são apenas exemplos tragicamente frequentes.
O que me parece importante registar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da criança estão sempre presentes, em que é recorrente a referência aos perigos dos brinquedos, também se verifica um número altíssimo de acidentes o que parece paradoxal.
Por um lado, protegemos as crianças de forma que, do meu ponto de vista, me parece excessiva face às suas necessidades de autonomia e desenvolvimento e, por outro lado e em muitas circunstâncias, adoptamos atitudes e comportamentos altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm consequências trágicas.
E não vale a pena pensar que só acontece aos outros.

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