AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 9 de julho de 2016

AINDA OS CONTRATOS DE ASSOCIAÇÃO. O Senhor Padre sabe que não é como diz

Não pensava retomar a questão dos contratos de associação. No entanto, dado que a campanha tóxica prossegue gerando equívocos e manipulações julgo que é importante manter outras alguma outra abordagem.
Hoje no Observador, claro, o Senhor Padre Jesuíta, Francisco Rodrigues, depois de tecer um conjunto de considerações sobre o Estado, as suas funções e a excelência dos contratos de associação conclui, “Uma coisa é certa, em vez de apoiar e estimular, é grave que o governo tente acabar com algumas das melhores práticas, a nível do ensino, que este excelente mas pobre país tem. Isto não pode deixar de ter resposta. Pais de todo o país, unam-se!”
Duas notas muito breves, o tempo quente e o fim-de-semana solicitam economia.
Não estabelecer contratos de associação quando na mesma zona existe resposta pública não tem rigorosamente a ver com “as melhores práticas de ensino”. O Senhor Padre sabe isso muito bem, aliás, como foi divulgado, nos estudos comparativos internacionais os resultados dos alunos dos estabelecimentos com contratos de associação não diferem significativamente dos alunos das escolas públicas. O Senhor Padre sabe muito bem que a excelência das práticas existe nos diferentes tipos de escola. Fica-lhe mal esta falta de seriedade.
As práticas que agora, espero, terminam, não têm a ver com metodologias de ensino, têm a ver com práticas políticas de apoio a negócios privados com dinheiros públicos, É evidente que estas práticas são, estranhamente aos olhos do Senhor Padre, boas práticas à luz dos seus mandamentos ideológicos. Mas não é assim Senhor Padre. Aqui para nós, o Senhor sabe disso.
Como escreveu, aqui estamos de acordo, somos um “país excelente mas pobre”. É verdade. E por ser verdade mais se exige que os dinheiros públicos não alimentem negócios privados.
O Senhor Padre precisa de exemplos?
Existem muitos, basta estar atento e querer vê-los. O problema é que o Senhor Padre não os quer ver. E legítimo que assim faça, mas a seriedade é um bem precioso, diga-o com clareza. 

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