AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 17 de março de 2016

NÃO PODIA ACONTECER

Não podia acontecer. Como o povo diz o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
Os que acompanham este espaço e o que penso sobre a educação sabem que entendo como indispensável a avaliação externa como também sabem que não me parece que essa a avaliação externa deva ser realizada através de exames, sobretudo no 1º ciclo.
Apesar deste entendimento recordarão que discordei da oportunidade e conteúdo da decisão de acabar com os exames finais do 1ºe 2º ciclos e a introdução das provas de aferição em anos intermédios2º, 5º e 8 anos. Não cumprem o que se espera de uma prova de “aferição”, são mais uma prova externa de diagnóstico a meio de um trajecto de ciclo o que, evidentemente, não é uma aferição.
Recordarão ainda que manifestei várias vezes a estranheza pela ausência de calendário  de avaliação quando estamos a terminar o segundo período.
Hoje é conhecido que o ME, em entendimento com a assessora de Educação do PR, Isabel Alçada, estabeleceu que as provas de aferição não serão obrigatórias para este ano sendo as escolas a decidir se as realizam ou não.
O ME estabeleceu ainda que, se assim o entenderem, as escolas também podem realizar os exames finais de 4ºe 6º ano que foram abolidos.
Confuso? Não, não é confuso é “apenas” o que não podia acontecer.
Deixando de lado o estranho entendimento entre Belém e a 5 de Outubro esta deriva não serve o interesse da qualidade e serenidade do trabalho de alunos e professores.
A devolução às escolas da decisão de realizarem ou não as provas de aferição este ano bem como os finados exames do 4º e 6º causa perplexidade.
Os finados exames são “bons” ou não? A decisão de os abolir foi justificada (com algumas razões que me merecem concordância) pela sua “dispensabilidade” para ser simpático. No ent6anto se as escolas quiserem podem realizá-los. Como?! Então passam a uma boa ferramenta educativa?!
Atribuir às escolas a decisão relativa às provas que realizam em nome da autonomia é algo patético e um fingimento de autonomia na medida em se estabelece que a regra é transitória. Para o ano tudo é obrigatório (já haverá tempo para preparar) e … acaba-se a autonomia.
Dá para entender?
Não, não poderia ter acontecido assim.

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