AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

AVÓS, UM BEM DE PRIMEIRA NECESSIDADE

"Avós são fundamentais no pão e na educação dos netos"

A imprensa tem vindo a fazer referência a um estudo, Fórum da Criança, que será divulgado na terça-feira no seminário "Kids & Teens" sob o tema "a Reinvenção da família alargada", em Lisboa, em que se caracteriza o papel dos avós na vida dos miúdos.
É de registar o número significativo de famílias que contam com a ajuda altamente valorizada dos avós no cuidar dos miúdos e mesmo no apoio económico.
Aliás, este envolvimento e proximidade intergeracional parece estar a aumentar, em parte, como consequência dos problemas de emprego e baixos salários de casais mais jovens que inibem o acesso a casa própria, bem como dos custos e acessibilidade a equipamentos e serviços para a infância.
Como muitas vezes aqui tenho referido, considero de especial relevo este contacto entre avós e netos. Eu próprio entrei ainda há pouco mais de uma ano neste mundo mágico da avozice e ainda não consegui acomodar os sentimentos e a magia de acompanhar de perto, tão de perto quanto possível, o crescimento de um gaiato que tem uma geração pelo meio. Tem sido um divertimento, uma descoberta permanente e a percepção de um outro sentido para uma vida que já vai comprida e também, desculpem a confissão, cumprida.
É por isso que retomo a minha proposta, bizarra eu sei, de ser legislado o direito aos avós. Isto quer dizer, simplesmente, que todos os miúdos deveriam, obrigatoriamente, ter avós e que todos os velhos deveriam ter netos.
Num tempo em que milhares de miúdos passam muito tempo sós, mesmo quando, por estranho que pareça, têm pessoas à beira, e muitos velhos vão morrendo devagar de sozinhismo, a doença que ataca os que vivem sós, isolados, qualquer partido verdadeiramente interessado nas pessoas, sentir-se ia obrigado a inscrever tal medida no seu programa ou, porque não, inscrevê-la nos direitos fundamentais.
Com tantas crianças abandonadas dentro de casa, institucionalizadas, mergulhadas na escola tempos infindos ou escondidas em ecrãs, ao mesmo tempo que os velhos estão emprateleirados em lares ou também abandonados em casa, isolados de tal forma que morrem sem que ninguém se dê conta, trata-se apenas de os juntar, seria um dois em um. Creio que os benefícios para miúdos e velhos seriam extraordinários como o estudo agora divulgado também sublinha
Um avô ou uma avó, de preferência os dois, são um bem de primeira necessidade na vida dos miúdos.

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