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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ACTIVIDADES EXPRESSIVAS: CONTEÚDO ESSENCIAL, COMPLEMENTO EDUCATIVO OU FORMAÇÃO DE ARTISTAS

"Quando a escola pública também é um lugar de encontro com a arte"

Contrariamente à visão tantas vezes expressa, implicita ou explicitamente, por Nuno Crato, as actividades expressivas não são um complemento da actividade escolar envolvendo os "conhecimentos essenciais". Enquanto "complemento" estas actividades podem, até, tornar-se residuais ou, no limite, dispensáveis em nome do que é mesmo "importante", ideia que de mansinho se vai instalando. Se bem repararem, as actividades expressivas apesar de integrarem o currículos estão a "deslizar" para espaços como as AECs, ateliers, etc, ou seja, espaços fora da sala de aula, o espaço onde se trabalham as "coisas" que verdadeiramente interessam. Uma pequena nota para referir que o miserável e humilhante pagamento que em muitos casos é realizado aos professores e técnicos que realizam este tipo de actividades no âmbito das AECs é também um forte indicador da desvalorização de que são alvo.
Como é evidente, não estão em causa as variadíssimas experiências interessantes e ricas que se vão realizando neste universo mas que tendem a acontecer "ao lado" da sala de aula, por assim dizer.
Na verdade as actividades expressivas têm um papel central no desenvolvimento de crianças e adolescentes, são importantes para o contexto glogal das aprendizagens, de todas as aprendizagens, e envolvem dimensões tão importantes a formação pessoal, social e cultural. Por isso mesmo constam do currículo.
Também importa, do meu ponto de vista, que as actividades expressivas, imprescindíveis para qualquer criança não sejam confundidas com formação de artistas. Trata-se de um equívoco presente com alguma frequência nos discursos e práticas neste universo e que acabam por mal servir as próprias crianças.

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