AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 14 de outubro de 2014

UMA IMPREVISÍVEL REFORMA CURRICULAR

Lê-se no DN:
"No agrupamento Dr. Azevedo Neves, na Amadora, há 23 turmas do 3.º ciclo que ainda não têm professor de Matemática. São cerca de 400 alunos. No 1.º ciclo há turmas que ainda não tiveram aulas, apenas para citar os casos mais importantes, segundo o diretor José Biscaia. Falhas que levaram a direção a tomar medidas: foi convocado o conselho pedagógico para que os professores decidam que matéria é essencial e a que podem deixar de fora."
Esta pode ser a forma mais imprevisível de proceder a uma necessária reforma curricular.
Começam a faltar as palavras para falar de uma situação que não podia ter acontecido. Que não podia prolongar-se como se está a prolongar. Que deveria ter responsabilidades assumidas e consequências óbvias retiradas.
Aliás, deve registar-se que Cavaco Silva veio a público numa pouco habitual e profunda análise política afirmar que em matéria de colocação de professores "alguma coisa não está bem". É verdade Presidente, pode dizer-se mesmo que a coisa está mal, muito mal.
Embora a mudança de um Ministro possa significar apenas isso, a mudança do Ministro e não a mudança das políticas, Nuno Crato podia prestar um último bom serviço à educação e ensino público, assumir as responsabilidades da única forma que em política se devem assumir, com a demissão.

2 comentários:

  1. Escolas há que contornam a situação com a imposição de aulas de substituição (gratuitas para os docentes que as leccionam e extra o seu próprio horário lectivo).
    Na minha escola/ agrupamento é o que está a acontecer há semanas em várias disciplinas.
    Eu já vou na terceira semana consecutiva a leccionar aulas da minha disciplina num turma que não me pertence e num ano de escolaridade que não me foi atribuído, a acumular ao meu próprio horário lectivo e repartindo a leccionação dessa disciplina/turma com mais duas colegas (uma disciplina/turma = três professoras).
    Percebo que o interesse dos alunos fale mais alto, mas começo a perguntar-me se, quando finalmente forem colocados professores nesses horários por atribuir nas escolas, os colegas que estão agora a ser sobrecarregados não precisarão também eles de ser substituídos! Estar à frente de uma turma de alunos não é a mesma coisa que estar sentado numa repartição pública, sem qualquer desprimor para a actividade, obviamente. Já há gente muita cansada nas escolas, em certos casos a fazer quase meio horário a mais por semana. Porquê? Porque um bando de incompetentes, que dá pelo nome de responsáveis do MEC, não consegue resolver um imbróglio que nunca devia ter acontecido? E ainda assim continua em funções?

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  2. Olá Ana, o que mais incomoda é o grau de irresponsabilidade e despudor que parece não ter limites.

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