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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CRIANÇAS ABANDONADAS QUE ESTÃO À VISTA

"Telemóvel ou filhos? O que é prioritário pode não ser tão óbvio para alguns pais"

No Público de hoje encontra-se a referência a um estudo norte-americano que envolveu um número importante de crianças com idades diferentes sobre as relações com os seus pais e as relações destes com dispositivos como telemóveis ou tablets.
O estudo sugere  que as crianças expressam de forma muito clara um aumento da distância, da desatenção e de dificuldades relacionais pois sentem os pais numa sobreutilização daqueles dispositivos em detrimento do contacto consigo e da atenção que lhes dedicam.
O estudo é importante, ouve as crianças, e vem ao encontro de outras investigações e das experiências que vamos conhecendo em muitas famílias.
A falta de disponibilidade e atenção para os miúdos, mesmo quando estão com eles, também contribuem para que muitíssimas crianças e jovens sintam que vivem à beira de pais para os quais passam completamente despercebidas, são as que eu chamo de crianças transparentes, olhamos para elas, através delas, como se não existissem. Não estando desaparecidas, estão abandonadas. Algumas delas não possuem ferramentas interiores para lidar com tal abandono e desaparecem, mantendo-se à nossa vista, no primeiro buraco que a vida lhes proporcionar, um ecrã, outros companheiros tão abandonados quanto eles, o consumo de algo que lhes faça companhia ou a adrenalina de quem nada tem para perder.
Em boa parte das situações pode ficar difícil ir à procura destas crianças e adolescentes e, por vezes, alguns perdem-se de vez.

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