OS BAD BOYS, O BAD BANK E OS BONS SAMARITANOS, NÓS

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Ao que parece, o tsunami criado pela delinquente e manhosa gestão do Grupo Espírito Santo e o seu impacto no BES passará pela criação de um Banco Mau e de um Banco Bom.

Numa daquelas operações cujo entendimento só está ao alcance dos iluminados, grupo no qual não se inclui este escriba, o Banco Mau ficará com os “activos tóxicos”, o que não presta e é preciso pagar e o Banco Bom ficará com o que está a funcionar bem.

Ao que parece também, toda esta operação será suportada pelo dinheiro disponibilizado pela Troika para recapitalização da banca e que ainda não tinha sido gasto.

Após sucessivas afirmações logo revistas, do sonolento Banco de Portugal e do Governo, de que tudo estava sob controlo e de que não seria necessária a intervenção estatal, ela aí está.

É ainda curiosa a insistente afirmação de que esta intervenção não é suportada pelos portugueses, tal como aconteceu em episódios anteriores de “ajuda” à banca, o dinheiro é da Troika.

Expliquem-me, devagarinho por favor, se a Troika disponibiliza dinheiro (que não nasce debaixo do colchão) para generosa e desinteressadamente acudir aos desvarios fraudulentos dos “bad boys” tapando as consequências da sua actividade e se o faz sem custos. O dinheiro desse fundo não é, evidentemente, para utilização a fundo perdido. Terá de ser pago e bem pago.

Adivinhem por quem?

Claro, por nós, evidentemente, os bons samaritanos que sempre pagam o resultado do trabalho de enriquecimento dos “Bad Boys” que agora se transforma em “Bad Bank”.

E aguentamos?

Aguentamos pois. Nós somos boas pessoas não queremos inquietar os mercados que podem ficar nervosos e zangados.