AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 31 de maio de 2014

MAS AS CRIANÇAS SENHORES, PORQUE LHES DAIS TANTAS DORES

"Mais de 38 mil crianças perderam abono de família num ano"

Entre Março de 2013 e Março de 2014 mais de 38 000 crianças perderam o abono de família. Desde 2009 serão mais de 500 000 os casos de perda do abono de família.
Conhecendo-se as dificuldades genéricas das famílias massacradas por situações de desemprego e abaixamento dos rendimentos, por desemprego, aumento brutal de impostos ou ausência de apoios sociais não é difícil imaginar o enorme risco que envolve as crianças e jovens.
Apesar deste cenário, continuamos com a insistência insensível e insensata num caminho de cortes nas áreas sociais e da educação, no corte insustentável no rendimento das famílias produzindo diariamente novos pobres que já nem envergonhados se conseguem sentir, tamanha é a desesperança que faz aparecer de mão estendida na escola, nas instituições ou nas ruas. 
Face a este drama dizem-nos não haver alternativa. É mentira porque existem alternativas e é crime porque se condenam milhares de miúdos a passar a carências graves.
As dificuldades das famílias e o que dessas dificuldades penaliza e ameaça os mais pequenos, é demasiado importante para que não insistamos nestas questões. Todos os estudos e indicadores identificam os mais novos como o grupo mais vulnerável ao risco de pobreza que, aliás, tem vindo a aumentar.
As dificuldades que afectam directamente a população mais nova são algo de assustador. Esta realidade não pode deixar de colocar um fortíssimo risco no que respeita ao desenvolvimento e ao sucesso educativo destes miúdos e adolescentes e portanto, à construção de projectos de vida bem sucedidos. Como é óbvio, em situações limite como a carência alimentar, exploração sexual, mendicidade, insucesso educativo e abandono escolar, estaremos certamente em presença de outras dimensões de vulnerabilidade que concorrerão para futuros preocupantes.

É por questões desta natureza que a contenção das despesas do estado, imprescindível, como sabemos, deveria ser feita com critérios de natureza sectorial e não de uma forma cega e apressada, custe o que custar, naturalmente mais fácil mas que, entre outras consequências, poderá empurrar milhares de crianças para situações de fragilidade e risco com implicações muito sérias.

Sem comentários:

Enviar um comentário