"TC chumba cortes salariais na função pública"
Depois de mais um chumbo previsível do Tribunal Constitucional,
creio que o Governo poderá tentar colocar a Constituição no regime de
mobilidade especial, perdão, de requalificação, para que o texto
constitucional fique conforme os seus desejos e interesses, deixando de
funcionar como uma força de bloqueio através das interpretações dos
juízes do Tribunal Constitucional.
Mais uma vez o Tribunal Constitucional entende que
instrumentos legislativos propostos pelo Governo ferem o texto
constitucional.
Em termos muito breves, a Constituição estabelece um quadro
normativo e orientador que não é perfeito, longe disso, é datado e, também por
isso, carece, evidentemente, de alterações e actualização.
Os actores políticos conhecem muito bem os termos
em que a Constituição pode ser revista, sendo que até os próprios termos da
revisão podem ser alterados. Parece claro.
No entanto, enquanto não for alterado o texto
constitucional, os governos estão obrigados ao seu cumprimento, parece evidente
e desejável num estado que respeite as suas próprias leis.
A excessiva frequência com que surgem iniciativas legislativas que
são consideradas anticonstitucionais, mais do que "simples"
inabilidade e incompetência que não é, evidentemente, cria focos de
instabilidade, desconfiança e ineficácia que têm custos elevados.
Acresce que o discurso recorrente de pressão sobre o
Tribunal Constitucional e a justificação dos resultados de uma política
desastrosa com os chumbos do TC, habituais no Governo têm, do meu ponto de
vista, efeitos perversos e contrários criando uma fortíssima instabilidade,
promovendo tensões e discursos que não contribuem para a solução ou minimização
dos problemas do país, pelo contrário, alimentam-nos e ampliam-nos.
De uma vez por todas, se a Constituição carece de
alterações, alterem-na, enquanto não a alteram, cumpram-na.
Que alterações?
ResponderEliminarEu não estou a propor alterações. A questão do ponto de vista formal é que a Constituição pode ser alterada, não tem que o ser, mas pode ser. Enquanto tal não acontecer ... tem de ser cumprida.
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