Pai,
Trouxe esta prenda para ti lá
da escola. É para o Dia do Pai. Demorou três dias a fazer.
Desculpa lá, mas é outra vez a
mesma coisa do outro ano. Desta vez eu acho que está mais bem feita. A
professora nova diz que nós somos descuidados, pediu à D. Maria, a empregada,
para ir com a gente para o recreio e acabou ela as nossas prendas para o Dia do
Pai.
Não sei porquê mas temos
sempre que fazer assim, eu acho que os pais gostavam à mesma se fossem feitas
só por nós.
Sabes uma coisa? Um dia a
professora perguntou se os nossos pais brincavam com a gente. Eu disse que nós
os dois não brincamos muito mas estamos sempre a falar. Ela riu-se e disse que
isso também é brincar. Eu já sabia.
O que ela não sabe é que a
gente fala muito, mesmo que tu estejas nesse lugar muito alto, para onde a mãe
diz que foste quando morreste. Mas isso é um segredo.
Agora vou brincar e tu ficas a
ver. Olha Pai, depois conto-te uma história muito engraçada que aconteceu à
minha amiga Joana.
José
Ao Meu Pai que partiu demasiado
cedo mas não sem antes me ter mostrado o que nunca viu e o caminho para lugares
onde nunca esteve.
Que bonita homenagem.
ResponderEliminarTexto muito bonito, comovente e que desperta sensações fortes de afecto e saudade, que por vezes em vida dos nossos pais descuramos na manifestação.
ResponderEliminarSenhor Professor José Morgado, muito obrigado por este texto.
VIVA!