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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

OS DEPÓSITOS CLANDESTINOS DE MIÚDOS

O Ministério da Educação determinou o encerramento de mais um infantário a funcionar em termos ilegais.
A situação é recorrente e é por demais conhecida a existência de estruturas, creches e jardins de infância, diria depósitos, a funcionar nestas condições. Acontece ainda que algumas encerram e pouco depois abrem noutro local.
Como é sabido, Portugal tem um dos mais elevados custos de equipamentos e serviços para crianças o que é, naturalmente, um forte constrangimento um obstáculo para projectos de vida que envolvam filhos. Por outro lado, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas, existe uma falta significativa de respostas e recursos a preços acessíveis para o acolhimento a crianças dos 0 aos 3 anos é, como já disse, um dos grandes obstáculos a projectos familiares que incluam filhos, levando aos conhecidos e reconhecidos baixos níveis de natalidade entre nós, 30 % das mulheres portuguesas têm apenas um filho.
A alteração dos estilos de vida, a mobilidade e a litoralização do país, levam à dispersão da família alargada de modo a que os jovens casais dependem quase exclusivamente de respostas institucionais que, ou não existem, ou são demasiado caras.
Neste quadro, não é estranha a proliferação da oferta clandestina ou de péssima qualidade, tal como no caso dos idosos, onde, a preços bem mais acessíveis e sem controlo da qualidade, se depositam os miúdos.
É certo que não fica fácil a fiscalização dos serviços competentes porque a situação também serve às famílias, pelo custo e pela simples existência. Já aconteceram situações em que os pais se manifestaram contra o encerramento de estruturas de evidente má qualidade.
Sabemos todos como o desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de vida, de pequenino é que ...
Assim, o acentuar da fiscalização e penalização para este tipo de actividade e, sobretudo, o aumento significativo da resposta ao nível da creche e jardim de infância é, seguramente, uma aposta no futuro e, por isso, parece ser o caminho para minimizar o risco dos depósitos clandestinos de crianças e da repetição de episódios desta natureza.

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