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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A "MEIA LICENCIATURA" RECUSADA PELOS POLITÉCNICOS


O Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos decidiu pela "total indisponibilidade" para promover as bizarras "meias licenciaturas" de que o MEC se lembrou. O Conselho entende que tal proposta "revela desconhecimento" do ensino superior politécnico sendo desfasada da realidade, entre outras considerações. O MEC também admite algumas "debilidades", estranhando-se, assim, a apresentação da proposta, tanto mais vinda de uma equipa genial, excelente, rigorosa e infalível.
De facto, a coberto das bolonhesas ideias que já tinham permitido uma espécie de "meio mestrado" surge agora a formulação da "meia licenciatura" que não sendo um grau académico, pudera, é um curso superior que compõe estatísticas, uma tentação de sempre de quem habita o poder e, de caminho, aparenta disponibilizar um balão de oxigénio ao ensino politécnico, cuja procura em muitos dos estabelecimentos baixou significativamente. No entanto, o balão foi, para já, recusado.
Assim, de acordo com a proposta do MEC, jovens com o secundário incompleto, podem vir a completá-lo simultâneamente à frequência da "meia licenciatura" acedem, sem exame de candidatura, a um curso superior, é sempre social e politicamente relevante, ajudam a completar as metas europeias para os níveis de qualificação e satisfazem por encomenda das empresas as suas necessidades de mão-de-obra qualificada pois "o número de alunos a admitir vai depender das carências identificadas por cada região em parceria com as empresas da zona, “que terão o papel crucial de dizerem as necessidades de formação e de acolherem os jovens a fazer estágio”, afirmou o Secretário de Estado do Ensino Superior há dias.  
O último semestre da formação será a realização de um estágio nas empresas que, certamente, encomendaram a formação dos "meio licenciados".
Paradoxalmente, somos um país com uma brutal taxa de desemprego entre jovens com qualificação superior, licenciatura, mestrado e doutoramento. Há poucos dias o Ministro da Economia referia o baixíssimo número de doutorados a trabalhar nas empresas. Milhares de jovens com estas qualificações partem do país pondo-as ao serviço de outros países que não suportaram a sua formação.
Neste cenário, o MEC achaou por bem promover a formação superior "low cost", a "meia licenciatura". Para um homem como Nuno Crato, que assentou boa parte da sua carreira de opinador bem sucedido no combate feroz ao "facilitismo" é a "escolha acertada".
Aguardam-se novos desenvolvimentos.

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