UM CRATO À DERIVA, CADA CAVADELA CADA MINHOCA

O Ministro Nuno Crato em mais uma pirueta de fino recorte vem sossegar a gente. As escolas vão em breve precisar de "sangue novo", "em breve os quadros começarão a abrir". Tal milagre, não se deve ao espírito natalício, mas é uma consequência das aposentações, o sangue velho que se pôs andar, boa parte com perdas significativas de rendimentos por já não aguentar o clima e a degradação das condições de trabalho, será substituído por sangue novo "dignificado" evidentemente pela Prova que realizarão dia 18, uns, e alguns outros porque afinal a Prova não seria necessária para saber se sabiam ser professores.

Acontece que, como tem sistematicamente acontecido quando o matemático Nuno Crato se refere a números de professores, os dados disponíveis resultantes da política recente do Ministério da Examinação não sustentam a "abertura de quadros" nos termos em que Nuno Crato coloca, os professores existentes com a delirante situação de "horário zero" serão suficientes para a "compensação" dos que se aposentaram, ainda que se saiba, o Ministro esquece, que não existe, obviamente, nenhuma correspondência directa entre os professores que se aposentam, grupo e nível de ensino, e os professores que estão em "horário zero".

É, pois, manhoso este discurso e mais não pretende, de forma desajeitada é certo, do que lançar um bomba de fumo sobre o processo da sinistra Prova.

Do meu ponto de vista, a política de Nuno Crato tem uma enorme virtude, a coerência, como o povo diz, "cada cavadela cada minhoca".