AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 14 de dezembro de 2013

NÃO SE FAZ QUEIXINHAS

 
Segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos os portugueses são uns queixinhas, têm a "cultura da reclamação", uma espécie de "piegas" em modo clínico. Antes de continuar, uma nota para discordar, nós portugueses não temos uma cultura de consumidor exigente e informado, aliás, muitas vezes, quando decidimos reclamar de algum serviço ou bem, o que nem sempre fazemos, ainda pedimos desculpa e nos sentimos embaraçados, mas adiante.
O Bastonário acha então que a melhor forma de levar a que os portugueses não sejam uns queixinhas face aos actos profissionais da classe médica será, consta em proposta de revisão dos Estatutos da Ordem, exigir o pagamento de uma quantia "simbólica" que se prevê poder atingir 102 € para apresentar uma reclamação à Ordem. A quantia será devolvida se a queixa for julgada procedente.
As pessoas que fizerem prova, mais um processo exigido, de "insuficiência económica" poderão ficar isentas deste pagamento para a sua queixinha.
Com o pagamento pretende-se minimizar as queixas sem fundamento e a facilidade com que, diz o Bastonário da Ordem dos Médicos, as pessoas abusam das queixas.
Confesso que compreendo o problema, aliás, Passos Coelho depara-se com a mesma situação e numa escala bem mais complicada.
Os portugueses são uns queixinhas, cheios de pieguices, sempre a reclamar, sempre a protestar, nada lhes parece bem, enfim, uma gente mesmo chata de aturar.
Nesta conformidade parece-me bem que o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos perca a paciência com esta gente que protesta, que quer fazer queixa dos actos clínicos, ainda por cima, sem perceber nada de medicina. As pessoas abusam mesmo, não se enxergam.
Assim sendo, parece-me muito bem que quem quiser reclamar de alguma coisa que pague a queixa e depois logo se vê. 
Só mais um pequeno pormenor. Se o custo de uma reclamação ficar nos 102 euros parece-me muito pouco, uma ninharia, com este valor ainda existirão algumas pessoas que se atrevem a apresentar queixa, deveria ser bastante mais elevada e não prever qualquer tipo de isenção.
Assim sim, talvez se pudesse acabar, quase, com as queixas.
Assim tudo decorreria com maior tranquilidade.
  

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