AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

SOBREVIVENTES

Em matéria de mortalidade infantil, Portugal tem a sexta taxa  mais baixa da União Europeia. Entre 2001 e 2011 realizámos um progresso notável, passámos de 5 óbitos por cada mil nados-vivos para 3,1. Se recuarmos a dados de 1990 a diferença é ainda mais significativa, registando-se à época 15 mortes em cada mil crianças.
Importa ainda acentuar que os progressos foram ainda mais significativos do ponto de vista da qualidade dos cuidados de saúde, se considerarmos que os óbitos em recém-nascidos, o período mais crítico, baixaram de 7 para dois.
No entanto, segundo a PORDATA, a taxa de 2012 subiu ligeiramente, passou para 3,4 o que merece atenção.
É ainda de realçar que apesar dos bons resultados em saúde infantil na esperança de vida com saúde, Portugal está abaixo da média dos países europeus.
Estes números que merecem registo, criam-nos a todos uma enorme responsabilidade.
Em primeiro lugar obriga-nos a assegurar um futuro positivo a todos os sobreviventes, por assim dizer.
Em segundo lugar e de forma mais particular, considerar que entre as dimensões mais contributivas para esta melhoria se destacam as condições e qualidade de vida, a qualidade e acessibilidade dos serviços de saúde e a educação.
Em terceiro lugar, importa que os cuidados de saúde não percam qualidade, antes pelo contrário, que se promovam e incentivem estilos de vida mais saudáveis de modo a conseguir aumentar a esperança de vida saudável.
E pronto, não queria falar da crise mas tem que ser. A tragédia que se abate sobre muitas famílias, os cortes no SNS e na educação não são propriamente um bom augúrio para o futuro de que falava acima e para a manutenção da trajectória positiva que temos vindo a percorrer no sentido de proteger melhor os mais novos à chegada ao mundo, no seu cuidado e no seu futuro, bem como promover para os mais velhos condições de vida mais saudáveis.
Não há como fugir a esta enorme responsabilidade.

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