AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PODERÍAMOS VIVER SEM SER ASSIM ... MAS NÃO ERA A MESMA COISA

De uma viagem rápida pela imprensa portuguesas on-line retirei algumas referências que partilho.
No I informam-nos que Bruxelas está a investigar os preços cobrados pelo estado português à chinesa EDP pela concessão até 2052 da exploração dos nossos recursos hídricos para exploração de electricidade. Estão em causa a extensão dos prazos e valores demasiado baixos negociados em 2007 pelo Governo de Sócrates com uma empresa que gera cerca de mil milhões de euros de lucros anuais. Certo, um bom negócio.
A imprensa refere a divulgação pelo Ministro Poiares Maduro das linhas de força de utilização dos fundos europeus, na continuação do QREN, cerca de 21 000 milhões de euros entre 2014 e 202o. De acordo com o Ministro acabara-se os gastos as rotundas, escolas e outras infra-estruturas e as prioridades serão, finalmente, as pessoas e a sua valorização e as empresas. Certamente por ser mal-intencionado lembrei-me dos apoios a empresas como a Tecnoforma do "Dr." Miguel Relvas e de Passos Coelho e a formação de técnicos de aeródromos e heliportos municipais a que se dedicava. Aliás, sobre a chamada formação profissional e durante as últimas décadas foram despejados milhões de euros com impactos reduzidos em termos de economia global e, portanto, a coisa antecipa-se interessante. Além disso, o anúncio fica bem composto com a retórica de Poiares Maduro e em véspera de eleições também é oportuno.
No Jornal de Negócios aborda-se a situação de uma rapaziada, presidentes de junta com três mandatos já cumpridos, que se candidatam às próximas eleições como número dois da lista tendo já assegurado que por renúncia posterior do cabeça de lista assumirão a função de presidentes. Segundo o Jornal, o expediente envolve até um casal em que a mulher se candidata, renuncia em seguida e volta o marido à presidência da junta. A criatividade e a capacidade de dar um "um jeitinho" para levar por diante a missão de serviço à causa pública são de enaltecer. Nesta matéria, eleições para as autárquicas, é também muito estimulante acompanhar o  mundo de promessas que os vendedores de banha da cobra vão fazendo e de que, obviamente, se vão esquecer no dia seguinte à eventual tomada de posse. 
Finalmente, uma referência do Público a um relatório da Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa segundo o qual cerca de 15,2% dos passageiros viajam sem bilhete ou títulos válidos, sendo que existem carreiras da Carris com taxas de 30% e mesmo uma carreira em que taxa de "balda", por assim dizer, ronda os 59%. Claro que a crise e as dificuldades dão o seu contributo mas creio que se trata sobretudo de esquecimento.
Estes exemplos ilustram, creio, uma dimensão significativa do nosso funcionamento como comunidade.
Poderíamos viver sem ser assim, mas, decididamente, não era a mesma coisa.

4 comentários:

  1. Portugal é o País dos negócios ruinosos para o povo. Quem faz os negócios são os políticos, verdadeiros guardiõs dos interesses do grande capital. Desde 1974 que assim é. E ainda faltam privatizações que vão espoliar mais recursos. Ainda não há vassoura para varrer este jardim. Povo mais amorfo e desossado não conheço.
    Gosto do meu País, não gosto da cultura de comodismo, resignacão e falta de capacidade de luta do povo para enfrentar adversidades sociais.


    VIVA!

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  2. Caro não sei quem sou

    Pois eu deste povo tenho a melhor das opiniões, das suas elites nem tanto...
    Não foi o povo que gastou demais, foram as elites da 3.ª República.
    Mesmo em contexto de CEE/UE, basta comparar o nosso salário minímo nacional com o da Grécia, para perceber que o dinheiro nunca chegou aos bolsos do povo.
    Ontem, como hoje, o povo não vive, sobrevive.
    Cumprimentos

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  3. Caro anónimo

    No que diz, a sua razão não tem limites.

    Mas...sobrevive mas não luta.

    É essa a minha pedra-de-toque.


    VIVA!

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  4. Caro não sei quem sou

    Luta pela sobrevivência... O que não é coisa pouca.

    Busílis está quando integram as elites.

    Veja o caso da nomeação pelo Sr. Presidente da República da Sr.ª Presidente do Instituto Politécnico de Santarém para a Comissão de Honra das Comemorações do 10 de Junho de 2009, na Cidade de Santarém, após um cruzeiro no Castelo do Bode comemorativo do aniversário da Escola Superior de Gestão de Santarém, deste Instituto Politécnico...

    Recordo aliás que em Dezembro de 2008 a Universidade do Minho esteve encerrada durantes uns dias para poupar uns tostões com as despesas de funcionamento...

    Ouça as afirmações do representante dos alunos do Instituto Politécnico de Santarém, na cerimónia de abertura do ano lectivo realizada em Outubro de 2010.

    http://videos.sapo.ao/dYgrN75qdYhQMMgy07Jg

    Cumprimentos




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