Ao que parece, dado o tempo de
contenção que atravessamos, os diversos partidos concorrentes às próximas
eleições autárquicas prevêem gastos de 9.6 milhões de euros na campanha eleitoral. Se
considerarmos que nas eleições de 2009 PSD e PS estimavam gastar cerca de 50 milhões, a diferença é substancial.
Trata-se sem dúvida de uma decisão interessante e
oportuna mas, devo confessar, que esta opção por campanhas low cost me levanta
algumas inquietações.
Não sei como se reflectirá nas acções e materiais
das campanhas esta redução de custos mas consideremos alguns iniciativas mais
habituais.
Talvez seja reduzida a utilização de outdoors,
são caros e em termos estéticos alguns, valha-nos Deus, pelo que a redução é
positiva mas, por outro lado, custa-me ver milhares de rotundas sem as
promessas que em todas as campanhas são feitas, quase sempre, com as mesmas
caras e chavões.
Uma outra forma de economizar poderia ser a
reciclagem dos tempos de antena de campanhas anteriores. Em muitos discursos de
muita gente, não há novidades, é o que se convencionou designar por cassete.
No entanto, embora simpatize com campanhas
eleitorais low cost acho que é preciso ter alguma cautela e não exagerar.
Por favor, peço encarecidamente aos responsáveis
partidários pelas campanhas que não cortem na distribuição das esferográficas,
sacos e bonés que tanto nos atraem e pelos quais somos capazes de criar
conflitos.
Agradeço ainda que não cortem aqueles
megacomícios em que é preciso trazer gente de fora. Nós portugueses apreciamos
uma viagenzinha de borla mesmo que tenhamos que dar vivas a um partido e agitar
uma bandeira. Sempre espairecemos um bocado das agruras da vida.
Finalmente, solicito encarecidamente que não
deixem de organizar uns almocinhos ou jantares de campanha que são deliciosos e
baratos. É certo que variam entre o bacalhau com natas, a carne assada e os
bifinhos com cogumelos, uma vedeta musical e ainda levamos com os discursos.
Bom, mas também temos que fazer algum sacrifício, o preço compensa.
Vamos ver como correm então as campanhas
eleitorais low cost. E, sobretudo, como acabam.
Já agora, peço que façam desfiles de GIGANTONES, eu prefiro chamar-lhes ANTROPOMÓRFICOS, parecidos com as cabeças dos políticos que vão á peleja.
ResponderEliminarAlém de divertirem o povo é intrinsecamente fiel á verdade. E também é LOW COST.
VIVA!