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sexta-feira, 26 de julho de 2013

OS RESULTADOS DOS EXAMES DO 4º ANO. A explicação suplementar não chega

Foram conhecidos os resultados dos exames de “segunda oportunidade” no 1º ciclo a Português e Matemática destinados a alunos sem aprovação no primeiro exame ou reprovados pelos conselhos de turma. Depois de um período suplementar de “explicações”, apresentaram-se ao exame de Português 3189 alunos com 7% de notas positivas e 5296 a Matemática com 20% de nota positivas, o que é evidentemente preocupante, embora não propriamente surpreendente.
Ainda não se conhece o número final de alunos que não transitarão para o 5º ano pois há que conjugar os resultados dos exames com as avaliações das escolas, mas vale a pena considerar que muitos estudos, nacionais e internacionais, mostram que os alunos que começam a chumbar, tendem a continuar a chumbar, ou seja, a simples repetição do ano, não é para muitos alunos, suficiente para os devolver ao sucesso. Os franceses utilizam a fórmula “qui redouble, redoublera” quando referem esta questão.
Este entendimento não tem rigorosamente a ver com "facilitismo" e, muito menos, com melhoria "administrativa" das estatísticas da educação uma tentação a que nem sempre se resiste, mas sim com a importância de discutir que tipo de apoio, que medidas e recursos devem estar disponíveis ao longo do ciclo para alunos, professores e famílias de forma a evitar a última e genericamente ineficaz medida do chumbo. O período suplementar de explicações que o MEC quer instituir para o 6º ano no próximo ano parece pouco eficaz, como também na altura do seu anúncio afirmei.
Creio que importa também reflectir sobre o impacto que turmas sobrelotadas, metas curriculares excessivas e burocratizadas que inibem a acomodação das diferenças entre os alunos, insuficiência de apoios às dificuldades de alunos e professores podem assumir nestes resultados e não constituir o melhor contexto para sustentar a evolução pretendida. Quem conhece minimamente as escolas do 1º ciclo sabe que o terceiro período se transformou num período de preparação obsessiva para os exames que deixou insatisfeitos professores e alunos. Os resultados escolares no 1º ciclo, nas condições de funcionamento e características das nossas escolas, não se melhoram com uma explicação intensiva realizada no 3º período do 4º ano e no período suplementar de explicações.
Como está a ser evidente considerando os resultados globais dos exames em todos os ciclos é claro que, contrariamente à crença do MEC, a simples realização dos exames não melhora a qualidade dos resultados.

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