AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 18 de julho de 2013

BOM SENSO, UM BEM DE PRIMEIRA NECESSIDADE

Na sequência de uma providência cautelar interposta por um grupo de cidadãos, o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa decidiu travar o fecho da Maternidade Alfredo da Costa e determinou que o Ministério da Saúde reponha num prazo de quinze dias os serviços entretanto já transferidos para o Hospital Dona Estefânia. O Ministério da Saúde vai recorrer da sentença.
Os cidadãos pretenderam com a sua acção conseguir que o encerramento da MAC apenas acontecesse quando estivesse construído o projectado  Hospital de Todos-os-Santos que acomodaria as equipas e os recursos da MAC, não os dispersando e potenciando o seu funcionamento integrado, como acontece há anos com a competência reconhecida por muitos milhares de famílias, nas quais a minha se inclui.
Apesar de não ser especialista, parece-me clara a necessidade de reorganizar a oferta dos serviços no âmbito do SNS, no caso das maternidades também pelo abaixamento fortíssimo do número de nascimentos e pela necessidade óbvia de criar respostas mais eficazes e melhor dotadas em vez de alimentar mais unidades menos equipadas de meios e recursos humanos e, portanto, menos eficientes.
No entanto e justamente por estas razões, parece razoável que, no caso da maior Maternidade do País, com uma polivalência de respostas de qualidade, quer nos equipamentos, quer na qualificação e número de recursos humanos especializados e experientes, se acautelasse a manutenção integrada desta estrutura até que pudesse transitar para um novo edifício.
Quanto nos custa a todos, em valores tangíveis e não tangíveis este tipo de procedimentos? Será que algum bom senso não teria evitado esta estranha situação de mudança de serviços que tornam a mudar, mas que o recurso pode fazer mudar de novo numa deriva sem vencedores, só com vencidos?

1 comentário:

  1. Há uma semana atrás tive mais uma consulta de acompanhamento à minha gravidez. A minha obstetra, médica da Estefânia, e que assegura assim como os outros médicos da Estefânia serviços de urgência na MAC possam continuar, confirmou que as instalações e serviços na Estefânia estavam prontos a arrancar, garantindo todos os serviços oferecidos pela MAC, em instalações renovadas. Infelizmente na imprensa apenas se ouve um lado e se investiga ainda menos: o facto da MAC ser a maternidade com maior número de nascimentos não confirma nem que não esteja dimensionada para um número muitíssimo maior de partos (tornando excessivo o custo de manutenção de meios físicos e humanos para garantir a operacionalidade de algo que não é necessário) nem que a Estefânia, sem dúvida menor que a MAC, não consiga garantir os partos que se fazem na MAC (existem "dias loucos" de UM parto). Assim o que temos são 30 cidadãos, que duvido muito que se hoje tivessem que recorrer a uma maternidade fossem para a MAC, a inviabilizar o funcionamento de uma maternidade com todas as condições por causa de um saudosismo inexplicável nos dias que correm. Só tenho a lamentar pelas verdadeiros prejudicadas com esta decisão, as futuras mães e suas crianças, por causa de uma querela mesquinha e uma birra (citando o antigo ministro) que a meu ver não tem por base questões de SNS mas apenas questões políticas. Terei que arranjar alternativa a 1 mês e meio do parto, porque apenas em último recurso aceitarei ir para a MAC...

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