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sexta-feira, 26 de abril de 2013

JORNALISTA, A PIOR PROFISSÃO DO MUNDO (exceptuando o grupo dos palpitólogos)

Segundo um site americano especialista em questões de emprego, Career Cast, jornalista é a profissão mais mal colocada num ranking elaborado com diferentes criérios, salário, nível de stress, ambiente de trabalho, exigência física além da emocional e probabilidade de contratação.
Reflectindo sobre esta classificação não creio que os autores tenham considerado um grupo dentro dos profissionais da imprensa que em Portugal tem uma largíssima saída, os "palpitólogos".
Na verdade, nos últimos anos, a comunicação social, nos seus diferentes suportes, tem sido invadida por uma onda de palpitólogos, opinadores "tudólogos", isto é, opinam sobre tudo e mais alguma coisa. Muitos destes palpitólogos possuem um passado longo em funções políticas e assumem tranquilamente uma visão muito clara sobre tudo o que deve ser feito e como deve ser feito, mas que quando tiveram responsabilidades não realizaram, ou seja, “sei muito bem o que deveria ser feito, mas quando fui ministro esqueci-me” o que, obviamente, não se estranha em muitos destes palpitólogos.
Acontece ainda que boa parte deste pessoal assume este papel de palpitólogo ao serviço das omnipresentes agendas partidárias ou pessoais, o que não sendo grave, deveria ser claro. Daqui decorre que muitos não têm qualquer coisa de relevante a dizer para além do óbvio e da cartilha pessoal, quase sempre disse, também, partidária.
Em Portugal, confunde-se de forma frequente comentar em espaço público com dizer “umas coisas” sobre um qualquer assunto que esteja na agenda. Comentar em espaço público e acrescentar massa crítica à análise da realidade, não porque detenham a verdade ou o saber, mas porque acrescentam qualidade à reflexão ou informação, pressupõe conhecimento e estudo que muitos dos palpitólogos não têm sobre muitos dos assuntos de que falam, refugiando-se em exercícios de futurologia, em retóricas sem substância ou em discursos de manipulação e demagogia.
De forma despudorada emitem com ar sério opiniões travestidas de análise e que entendem como saber, tudo isto servido muitas vezes por um enorme umbiguismo.
Estranhamente, boa parte da comunicação social, num enjeitar das responsabilidades que lhe cabem, não prescinde desta fauna e disputam a sua presença.
Por todas estas razões não acredito que estes "jornalistas", "opinion makers", "comentadores", ou qualquer outra designação corram os riscos dos jornalistas considerados na análise do site Career Cast.

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