AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

UM SACRISTÃO HIGH TECH MAS CARO

No JN lê-se que a população de Ventosa, concelho de Vizela, se encontra muito indignada com um sacristão que cobra 30 euros aos familiares dos defuntos para assumir a extenuante e complexa tarefa de accionar, a partir de casa, o comando do sino da igreja que possui um sistema automatizado.
Confesso que ao passar os olhos pela imprensa on-line e ter uma notícia destas nos tempos de chumbo que atravessamos, é reconfortante e deve ser sublinhado.
Numa altura em que tanto se fala da degradação da qualidade do trabalho aqui temos um excelente exemplo.
Em primeiro lugar é de registar o uso do tele-trabalho prevenindo gastos de deslocação e aumentando a segurança e mostrando como as novas tecnologias podem representar avanços civilizacionais.
Por outro lado, creio que quando regularmente temos informação sobre a desqualificação salarial de trabalho qualificado é de aplaudir o pagamento de 30 € pela tarefa altamente especializada e sofisticada de carregar no botãozinho e fazer ecoar o sino em memória do defunto.
Este episódio deveria constituir um exemplo de promoção das condições laborais, de desenvolvimento tecnológico e de empreendedorismo num sector fortíssimo como é a economia social.
E assim se cumpre Portugal.

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