AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

OS CARROSSÉIS DA DESESPERANÇA

A Associação Portuguesa de Empresas de Diversão que representa os empresários de um sector que certamente contribuíram para algumas das boas memórias da nossa infância, carrosséis, carrinhos de choque e outros divertimentos das feiras, protestam contra a subida do IVA de 6 para 23% o que, do seu ponto de vista, compromete seriamente a sobrevivência da sua actividade.
Esta gente não percebe como vivem em contraciclo e estão condenados. O tempo não está para diversões, o tempo está para trabalho e produtividade. Quem não cabe no trabalho e não produz, transforma-se  em desempregado e reformado, na maioria sem apoios ou com pensões miseráveis.
A diversão de que esta gente vive é uma diversão de pobre e como se sabe são os pobres que pagam, sofrem, a crise. Estes empresários querem a sua actividade considerada como actividade cultural e daí resultar um IVA de 13%. Mas cultura é só para perder tempo e não produz nada, ainda por cima cultura para pobres. Se fosse, por exemplo, cultura como a que Joana Vasconcelos produz que rende e muito, ainda vá que não vá.
Não feirantes das diversões, mudem de ramo, passem a desempregados ou a pensionistas sem dignidade.
Se por acaso alguns de vós resistirem ainda vos irei procurar para mostrar ao meu neto que está para chegar o que era um carrossel da minha infância.

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