AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

FOGO DE VISTA

Estranhando-se o tempo que demorou, embora saibamos que se trata da justiça em Portugal, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal abriu um inquérito sobre a adjudicação das iluminações de Natal de 2011 na Madeira, pois considera que terá sido um mau negócio para as finanças públicas e, naturalmente, um excelente negócio para a empresa.
Tal como aconteceu nesse ano também em 2012 o Dr. Alberto João Jardim vai gastar uma verba elevadíssima, cerca de 1,2 milhões de euros em iluminações no Natal e festas de fim de ano e cerca de 750 000 em fogo de artifício. Como indicador comparativo, as cidades de Lisboa e Porto gastaram no seu conjunto cerca de 370 000 euros neste tipo de iniciativas.
Também como em 2011 o Governo Regional socorreu-se de habilidades e manhas orçamentais distribuindo parte dos encargos para o orçamento de 2013.
Ainda e tal como em 2011 o processo de adjudicação destes negócios parece tudo menos transparente. A montagem das iluminações decorativas de Natal e fim do ano, é desde 1996 sempre adjudicada à empresa do grupo SIRAM, do antigo deputado do PSD, Sílvio Santos, procedimento já condenado pelo Tribunal de Contas.
Nada de novo, portanto, neste processo, apenas um inquérito agora decidido e que, muito me enganarei se assim não for, será inconsequente, não passando de mais uma peça de fogo de vista.
Na verdade, o que continua a surpreender-me, é a complacência cobarde, interesseira e indesculpável com que estas manobras e manhas são toleradas pelos responsáveis nacionais, designadamente, o Governo, todos os Governos de há décadas.
Por cima deste quadro reina a figura tutelar de Alberto João Jardim que entre impropérios, boçalidade e ameaças veladas de independência se ri de uma classe dirigente que se ri dele, o bobo tonto e inimputável que vai jogando um jogo conhecido, uns fingem que governam o território nacional "esquecendo" o que se passa na Madeira, outros, poucos, ganham muito com tudo isso e a grande maioria de nós, madeirenses incluídos obviamente, vai pagando.
Até quando?

Sem comentários:

Enviar um comentário