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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

TEIP - Território Educativo com a Intervenção Possível

Uma notícia interessante vinda dos lados da 5 de Outubro refere que as escolas integradas em TEIPs – Territórios Educativos de Intervenção Prioritária terão um substancial acréscimo das verbas a si destinadas, de 40 milhões de euros passam para 180, aguardando-se as propostas e projectos que ao abrigo da autonomia possam apresentar para que, esperamos, sejam eficazmente usadas. A este propósito, os TEIPs, algumas notas.
De há muito que afirmo que o sistema educativo português, designadamente o subsistema público, é formado quase que exclusivamente por TEIPs, alguns Territórios Educativos de Intervenção Prioritária e muitos Territórios Educativos onde se faz a Intervenção Possível. Este quadro, traduzido nos níveis elevados de insucesso e abandono, decorre de muitas razões, umas mais interiores ao sistema educativo como políticas educativas erradas ou reformas sucessivas não avaliadas e sempre em alteração e outras de natureza mais geral como os modelos de desenvolvimento social e económico ou os fenómenos de guetização urbanística que criam ilhas de problemas que integram escolas de problemas.
Neste contexto e apesar dos esforços das escolas, dos professores, e de alguns meios acrescidos com que os TEIPs contam como hoje é noticiado, não é previsível que a curto prazo as mudanças positivas possam ser significativas pelo que não surpreenderá a continuação dos patamares insatisfatórios de sucesso e de comportamento embora se tenham vindo a registar alguns indicadores positivos. Um gueto terá sempre uma escola guetizada com uma população vulnerável ao insucesso e a problemas de natureza social. As respostas envolvendo obviamente a escola, transcendem a escola, é um problema de modelo social e de comunidade.
Não é um problema de conjuntura que pode, circunstancialmente, ser mais ou menos favorável, é um problema de estrutura.

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