NÓS, QUEM?

O abutre António Borges afirma que "temos a enorme sorte de contar com o Professor Vítor Gaspar". Também afirma que “A dívida pública portuguesa é cada vez mais atraente”,  justificando que “há uma descida absolutamente espectacular das taxas de juro que já permite às empresas portuguesas irem financiar-se no estrangeiro”.

Parece-me relativamente claro que este espectacular sucesso da genial prestação do Professor Vítor Gaspar, aliás, justificando o enorme investimento dos portugueses na sua formação, passa um bocadinho despercebido à esmagadora maioria dos portugueses que estão a sofrer uma brutal carga fiscal, um abaixamento dramático nos rendimentos familiares, estão a empobrecer e entrar no desemprego aos milhares com a onda de falências, sobretudo das pequenas e médias empresas, o  grande suporte do mercado de trabalho em Portugal. Este caminho também tem sido defendido, claro, pelo abutre António Borges.

Neste cenário dramático, três milhões de pobres, 30 % da população, a "dívida portuguesa já é atractiva", ou seja, os patrões de António Borges e Vítor Gaspar já podem começar a contar com uma especulação rentável e a retoma dos empréstimos que são bons negócios à custa dos milhões de pobres afectados e criados por estas política genial.

No entanto, desta vez, o abutre António Borges, foi absolutamente claro no enunciado. Na verdade, quando afirma "nós", quer dizer, "eu e os meus patrões, temos a enorme sorte de contar com o Professor Vítor Gaspar".

Nós, os portugueses, ficamos entregues ao drama da nossa sorte e aos abutres que gerem os deuses mercados.