Segundo a imprensa de hoje, o
Governo vai legislar no sentido de limitar as alterações no spread, a margem negocial dos bancos, a
ocorrer nos processos de renegociação de empréstimos bancários para compra de
habitação.
A medida destina-se a proteger as
pessoas, as famílias, em casos de sobreendividamento ou de dificuldades em
cumprir créditos bancários por razões como desemprego.
Eu sei que de acordo com o
espírito da época, se entende que os mercados devem funcionar sem constrangimentos,
de forma aberta e, sobretudo, não devem ser irritados para não ficarem nervosos.
Entretanto, esta desregulação
total dos mercados produz a devastadora situação que atravessamos, com milhões
de pessoas em situação de pobreza e exclusão, milhões de desempregados e gente quem a dignidade, o seu bem mais precioso, é
roubada aos poucos, em nome do spread,
a margem de lucro dos mercados.
Quando olhamos à nossa volta percebemos
inúmeros exemplos em que o spread é
excessivo, margens de lucros altíssimas obtidas à custa de actividades sem
verdadeira concorrência e sem que se "queira" combater a óbvia
cartelização. Continuam a verificar-se mordomias verdadeiramente insultuosas em
vencimentos, pensões ou outras remunerações a quadros de empresas públicas ou
privadas, muitas vezes geridas de forma ruinosa sem que nada aconteça em
matéria de responsabilização.
Como o documentário "Inside
job" mostra com clareza, uma das causas principais da crise iniciada em
2008 e na qual radica a situação que atravessamos, foi a ausência de regulação
nos mercados financeiros a que os diferentes governos foram e são pouco
sensíveis, os mercados devem funcionar livremente e auto-regularem-se, dizem. O
resultado devastador está à vista.
Com algum optimismo, ingénuo
provavelmente, poderíamos acreditar que os princípios éticos e morais
regulassem os spreads que enfrentamos
no quotidiano. A questão é que os mercados não têm alma nem ética, vale tudo,
sempre que se pode, aumenta-se o spread.
Vamos ver como corre este processo
de regulação que, do meu ponto de vista e contrariando os tempos, deveria ser
bem mais alargado.
Parabéns Zé Morgado pelo blogue.
ResponderEliminarSou o "seguidor" mais recente. Espero e aguardo visita e comentário ao meu blogue, BioTerra, com mais de 8 anos de actividade.
Voltarei.
Um abraço
Obrigado, vou estar atento
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