A imprensa de hoje sublinha o facto da campanha
de recolha de alimentos dos Bancos Alimentares ocorrida durante o fim de semana,
ter aumentado o volume de alimentos recebidos e o número de voluntários envolvidos.
Estes valores surpreenderam os responsáveis pois,
considerando as enormes dificuldades que a generalidade das pessoas atravessa, seria de esperar uma menor adesão.
Considerando os tempos difíceis que a maioria das
pessoas atravessa, não pode deixar de merecer registo esta atitude de partilha
e ajuda, que os mais variados discursos remetem para a solidariedade dos
portugueses que emerge nos tempos mais complicados e que permite minimizar as
dificuldades de alguns milhares de famílias. A responsável pelos Bancos
Alimentares Isabel Jonet, vê nesta adesão “um sinal de coesão e o melhor sinal
de mobilização da sociedade portuguesa” perante as dificuldades colocadas pela
crise.
No entanto, convém não esquecer que tudo isto
decorre dos modelos de desenvolvimento e sistemas de valores que promovem
exclusão e pobreza. Na verdade, muitas vezes a propósito deste tipo de
campanhas se argumenta no sentido de que encerram uma dimensão caritativa,
assistencialista, que não contraria e, até alimenta, o cenário e as
circunstâncias que promovem as dificuldades das pessoas. Ao mesmo tempo, também
se argumenta, que a solidariedade das pessoas, acaba por "aliviar" a
pressão para que as estruturas responsáveis cumpram com eficácia o seu papel e
responsabilidades na área dos apoios sociais.
Sou sensível e concordo de forma genérica com
esta argumentação. Sei, no entanto, sabemos todos, que a acção de estruturas
como os Bancos Alimentares têm dado um contributo para minorar as dificuldades
que muitíssimos agregados familiares atravessam.
Prefiro pensar que o comportamento solidário de
muitas pessoas, elas próprias com dificuldades, é um excelente exemplo, este
sim, de equidade, a repartição de dificuldades. Estou cansado da retórica sobre
a equidade na repartição de sacrifícios e assistir a decisões políticas e a
comportamentos de gente muito responsável que contrariam as suas afirmações
sobre equidade.
O povo Português é assim...
ResponderEliminarSolidariedade Social - Muito elevada.
Responsabilidade Social - Quase inexistente. Só não foge aos impostos quem não pode.
Responsabilidade Política - Uma lástima. Está bem patente no estado do País aonde estes senhores nos conduziram.
O senhor Presidente da República é o mais desavergonhado. Agora incita o Povo a regressar ao campo e ao mar. Omite que foi ele o principal responsável pelo abandono da agricultura e pescas.
saudações